• Carregando...

Demitido do Atlético, treinador deu mais entrevistas ontem do que no semestre inteiro, manteve a polidez e lamentou saída do clube

Durante um ano e um mês, Ricardo Drubscky foi funcionário-padrão do Atlético. O treinador, demitido na tarde de segunda-feira, cumpria à risca as resoluções da diretoria. Qualquer questionamento que estivesse acima de sua alçada, guardava para si. Caiu da mesma forma, cumprindo ordens.

No CT do Caju, não foi de seu feitio contrariar seus superiores. Quando a pré-temporada mais longa do futebol brasileiro, entre janeiro e abril, foi determinada pela direção, ou quando o clube decidiu disputar o Paranaense com o time sub-23, ele não se opôs – apesar de ter suas restrições.

"Igual a uma empresa que está no mercado e vai investir em determinado produto porque acha interessante. Os funcionários têm de acatar porque na política da empresa é aquilo que tem de ser feito", exemplificou, em entrevista à Gazeta do Povo.

"Não tem como fugir disso [decisões da diretoria]. E nós procuramos dentro da parte técnica amenizar", enfatizou o mineiro, que ainda tenta se acostumar com a despedida precoce. "Confesso que não tive tempo de acreditar que saí do Atlético", afirmou ontem, dia no qual concedeu quase mais entrevistas do que no semestre inteiro.

Mesmo no caso das contratações, Drubscky aceitou trabalhar com o que tinha em mãos – a base do elenco é a mesma que conseguiu o acesso à Série A sob seu comando no ano passado. A reforma da Arena criou um cobertor curto demais. Assim, reforços de peso ficaram fora do alcance.

Dos 15 jogadores utilizados no empate com o Grêmio, na última rodada, por exemplo, nove estavam no clube em 2012. "A prioridade da diretoria ficou bem clara. Não tenho motivo nenhum para reclamar disso", comentou ele.

O treinador preferiu não justificar sua saída pela falta de jogos oficiais – foram apenas nove em 2013, com quatro vitórias, três empates e duas derrotas.

Mesmo chateado por deixar comando do Furacão na semana de um clássico Atletiba, ele manteve a polidez. Acredita que o time jogou mais do que a tabela mostra, mas a falta de resultados tornou insustentável sua posição. O clube é o penúltimo colocado, à frente apenas do Náutico, com seis pontos.

"Não conquistamos os pontos que merecíamos. Agora seria muito fácil eu bater a mão nas costas e falar que foi por causa da pré-temporada. Jogamos para vencer e fizemos por onde. Não vencemos por nossas falhas. Poderíamos ter vencido e hoje estaríamos entre os quatro, cinco primeiros colocados", arriscou Drubscky, que acredita ter deixado uma equipe encaminhada para o próximo comandante. Equipe esta que ele ainda gostaria de dirigir.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]