Cerca de 500 funcionários da obra do Estádio João Havelange, o Engenhão, que está sendo construído para as competições de futebol do Pan-2007, interromperam as atividades na manhã desta sexta-feira. Eles reivindicam melhores condições de trabalho e alegam que as empreiteiras OAS e Odebrecht, responsáveis pela obra, os obrigam a fazer hora extra sem remuneração. Entre as reclamações dos operários, a existência de focos do mosquito transmissor da dengue no local, apesar da campanha para prevenir a doença durante os jogos.
O diretor do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Construção Pesada, Erinaldo Pedro Soares, alertou para o risco de a obra no estádio atrasar e prejudicar a realização dos jogos. A previsão da conclusão é para maio.
Além do pagamento de horas extras, os operários reivindicam melhorias na alimentação, reclamam que não há água gelada para eles nos dias de forte calor e pedem ação imediata da Secretaria estadual de Saúde para combater os vários focos de mosquito da dengue que há no local.
Morte na obra do Engenhão
No início do mês passado, o operário Odair Dama da Silva, de 27 anos, que trabalhava na construção do Engenhão, morreu após despencar de uma altura de 14 metros. Odair trabalhava nas obras de instalação da cobertura. Segundo a prefeitura, o operário estava com os equipamentos de segurança. A polícia ainda investiga as circunstâncias da morte.
Outros problemas da obra no estádio têm sido a burocracia e processos judiciais para a desapropriação de imóveis vizinhos ao Engenhão. Os problemas interferem em três dos quatro acessos, que ainda não estão prontos. Embora oficialmente negue problemas, a Secretaria municipal de Obras estuda entregar o estádio no prazo para permitir a realização dos eventos testes (junho) mesmo com obras na área externa. Com isso, a conclusão de bilheterias e rampas de acesso pode ficar para as vésperas do Pan, que começa em 13 de julho.
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