Quando moleque, o atacante Walter, hoje no Atlético, costumava ir até a Ilha do Retiro para tentar assistir aos jogos do Sport, seu clube do coração. Sem dinheiro, convencia um adulto a fingir que o estava acompanhando para entrar de graça. Quando não conseguia, o Quico – como era chamado por causa das bochechas parecidas com as do personagem do seriado Chaves – acompanhava o Leão só pelo barulho da torcida.
A cena exemplifica a paixão do ídolo do Furacão pelo adversário do próximo domingo (9), às 11 horas, na Arena da Baixada. Resultado da preferência da família e da proximidade da favela do Coque, em Recife, onde Walter foi criado, ao estádio do Leão.
“Em menos de 10 minutos a pé você está na Ilha do Retiro. É só passar a ponte. Das 40 mil pessoas que vivem por aqui, a imensa maioria torce para o Sport”, conta Severino da Silva Neto, presidente da Associação Cultural Esperança do Coque, que conheceu Walter adolescente.
O atacante tentou de tudo para jogar no clube do coração. Aos 11 anos, ganhou uma vaga na escolinha do clube que a mãe, Dona Edith, conseguiu com um hospital. Ao fim do período da bolsa, era necessário pagar para continuar e ele acabou saindo. Passou na sequência pela base de Santa Cruz, Vitória, São José-RS e Internacional.
Já profissional, quando estava no Goiás, Walter comemorou muito um gol que fez no Náutico por ser rival do time de infância. Ao sair do Esmeraldino, no fim de 2013, novamente ficou perto do Sport, mas a negociação esbarrou no aspecto financeiro e o jogador acabou no Fluminense.
“Todo mundo sabe do carinho que tenho pelo clube. Seria um orgulho muito grande vestir a camisa do Sport”, afirmou na época ao Diário de Pernambuco, após uma pelada com amigos no campo de barro do Coque. “Eu queria muito ouvir a torcida do Sport gritando o meu nome”, admitiu, também em 2013.
Polêmica
Chamado de gordo pelo comentarista Edinho, do SporTV, que disse ainda que o atleticano estava jogando no domingo com uma cinta abdominal, Walter respondeu nesta quarta-feira (6). “Ninguém aqui está brincando de trabalhar, então essa declaração foi no mínimo infeliz”, afirmou Walter, que encerrou o desabafo postado na sua conta no Instagram com um pedido: “Me respeita!.”
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