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O ministro do Esporte, Orlando Silva, criticou nesta terça-feira (26) a decisão de São Paulo de recusar investimento público na obras para o estádio da Copa do Mundo de 2014, mas disse acreditar que este panorama pode mudar depois das eleições. "Quando o novo governo assumir, acho que eles (Gilberto Kassab, prefeito da capital paulista, e Geraldo Alckmin, governador eleito do Estado) poderão fazer uma dobradinha mais efetiva, o que será muito bom para São Paulo", afirmou ele, durante evento na cidade que contou com a presença do ex-premiê britânico Tony Blair.

"São Paulo criou um dogma: não se pode ter nenhuma ajuda governamental para os estádios", disse o ministro. Para defender o investimento público, Orlando Silva citou o exemplo da Fórmula 1. Segundo ele, a Prefeitura investe cerca de R$ 30 milhões para organizar o GP do Brasil na capital paulista porque "acaba arrecadando R$ 100 milhões no final". "São Paulo tem muito a ganhar com esse evento (Copa)", completou.

Enquanto o ministro falava com jornalistas do lado de fora do centro de eventos do Hotel Unique, o governador de São Paulo, Alberto Goldman (PSDB), defendia, em discurso no seminário, a posição de que apenas o capital privado irá bancar o estádio para a Copa de 2014. Na ocasião, o tucano ainda citou o Reino Unido, que sediará os Jogos Olímpicos de 2012, em Londres, como exemplo de "eficácia" e "responsabilidade" na organização de um evento deste porte. "A Inglaterra é uma boa fonte de ensinamentos", disse ele, em citação ao escritor Rui Barbosa.

Sobre a definição do estádio paulista para a Copa, o ministro do Esporte eximiu o governo federal de responsabilidade sobre a obra - a construção da arena corintiana em Itaquera ainda nem começou. "Quem tem contrato com a Fifa falando de estádio é a cidade e o Estado de São Paulo. O que cabe ao governo federal é o financiamento através do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social)", afirmou Orlando Silva.

ABERTURA - Orlando Silva também afirmou que acredita que a abertura da Copa de 2014 ocorrerá mesmo na capital paulista, apesar das indefinições sobre o estádio. Para ele, a escolha é "lógica", tendo em vista que a cidade está muito à frente das concorrentes em relação à infraestrutura.

"Não há outra cidade no Brasil, com respeito às outras concorrentes, que tenha condições de receber a abertura. Aqui tem mais de 40 mil leitos de hotéis, aqui é o lugar que chega o maior número de voos internacionais e só São Paulo tem aeroportos para aviação executiva. Nós teremos aqui dezenas de chefes de Estado e dezenas e dezenas de jatos executivos", explicou o ministro.

Ele cobrou ainda mais "ousadia" do governo paulistano e do Estado para obter lucros com o Mundial de 2014. Disse que a capital paulista deveria seguir o exemplo do Rio e entrar na disputa pela sede do Congresso da Fifa, que antecede a Copa, e pelo Centro de Imprensa do torneio.

Reportagem publicada nesta terça-feira no jornal O Estado de S. Paulo revela que o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), já trabalha para que o Centro de Imprensa seja instalado na cidade, e não no Rio, como havia sido acertado entre a Fifa e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). "Tem que ter criatividade", afirmou Orlando Silva.

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