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A poucos dias da grande decisão sobre qual cidade sediará os Jogos Olímpicos de 2016, a expectativa cresce, mas as pessoas envolvidas diretamente na organização da candidatura do Rio de Janeiro vão mostrando mais otimismo. O ministro dos Esportes, Orlando Silva Júnior, é um dos mais confiantes. Na noite desta segunda-feira ele participou do programa "Roda Viva", da "TV Cultura", de São Paulo, deu algumas explicações sobre orçamento e organização e, embora respeite as outras candidaturas, Madri, Tóquio e, principalmente Chicago, que terá como trunfo a presença do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em Copenhague na próxima sexta, não esconde que julga o Rio de Janeiro o favorito.

"Se fosse fazer uma analogia com a Fórmula 1, eu diria que o Rio está na pole position, mas tem toda corrida a ser feita, fazer todo o percurso e concluir com vantagem. Por que estou otimista? Porque o relatório técnico do Comitê Olímpico Internacional disse, para usar uma expressão dele, "é a proposta de mais alta qualidade". Então tecnicamente cumprimos o nosso papel, agora é a última abordagem, sensibilização, emoção, um trabalho de convencimento, o que me deixa otimista. Mas o resultado vai ser muito apertado. Sites especializados têm apontado o Rio como favorito e Chicago em segundo, mas o que vale é o dia 2", disse o ministro.

Perguntado sobre se já teriam sido gastos R$ 130 milhões na candidatura do Rio, ele primeiro fugiu da pergunta, mas depois respondeu em parte:

"O governo federal gastou pouco mais de R$ 60 milhões, mas há a participação dos governos municipal e estadual e uma participação privada que é muito expressiva de cinco empresas que fizeram doações ao Comitê Organizador, mas eu não tenho o número exato. Só o Comitê Organizador pode dar, mas um pouco mais de R$ 100 milhões foram investidos na candidatura do Rio de Janeiro."

A questão do legado

Sobre o tão criticado legado prometido e não cumprido dos Jogos Pan-Americanos no Rio, em 2007, Orlando Silva admitiu erros e afirmou que para as Olimpíadas de 2016 eles não se repetirão.

"Tem um aspecto que o Pan-Americano deixou claro que é a necessidade de se fazer, insisto, um planejamento detalhado da utilização de cada instalação e a preparação dessa instalação. O Estádio Olímpico João Havelange (o Engenhão), por exemplo, não seria ali (Engenho de Dentro, zona Norte), seria em outro ponto da cidade, com capacidade para apenas 10 mil pessoas. A projeção inicial seria de R$ 75 milhões de gastos. Mas o que se viu foi que valia a pena construir um estádio olímpico com a capacidade maior, antevendo a candidatura olímpica, o que facilita muito mais as chances do Rio, e isso estaria vinculado a um projeto de desenvolvimento do atletismo no Rio de Janeiro. O planejamento detalhado é muito importante para não haver revisões sucessivas de orçamento e ali não houve uma estratégia adequada. Estabelecemos que ao mesmo tempo que haverá um grupo preparando a organização das Olimpíadas, paralelamente haverá um grupo preparando a utilização das instalações esportivas e não-esportivas, projetando a administração dos legados, porque de fato na minha opinião o Pan-Americano não foi utilizado em toda a sua potência como poderia, assim como as intervenções na cidade do Rio de Janeiro ficaram aquém do que era esperado, até porque na época não houve um diálogo adequado entre o plano diretor da cidade e a preparação dos Jogos Pan-Americanos. Hoje há."

O ministro ainda disse que as contas dos Jogos Pan-Americanos foram entregues ao Tribunal de Contas da União (TCU), no que corresponde aos gastos do governo federal, e os dos governos estadual e municipal aos seus respetivos tribunais de contas, sendo que o Comitê Olímpico Brasileiro normalmente presta parcialmente suas contas ao TCU.

"O problema é que em 2002, quando foi planejado o Pan muitos gastos não foram previstos", afirmou.

Para ele, a realização da Copa do Mundo no Brasil dois anos antes das Olimpíadas de 2016 serve de certificado de garantia do país ao COI de que os aeroportos do Rio estarão em ótimas condições e também as acomodações nos hotéis serão ampliadas e qualificadas. Orlando Silva ainda garantiu que ao contrário do projeto das Olimpíadas no Rio, no qual participará da construção de instalações esportivas, o governo federal não gastará um centavo na refoma ou contrução de estádios para o Mundial de futebol. E esclareceu que o BNDES está oferencendo financiamento aos estados para isso, mas vai cobrar juros para financiar o seu capital. Ele acrescentou que é estimada a presença de 500 mil turistas no Brasil somente no mês da Copa do Mundo, sem contar os que virão antes e depois.

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