Um goleiro que esquentou o banco de reservas por dois anos, um meia com uma perna maior do que a outra e um atacante viciado em videogame formam os pilares da Costa Rica, a principal surpresa desta Copa. Navas, Bryan Ruiz e Campbell tem a missão de liderar os latinos diante da favorita Holanda, amanhã, às 17 horas, em Salvador.
Veja quem pode desequilibrar o jogo a favor da Costa Rica
Trajetórias curiosas unem o trio de protagonistas, fundamental na campanha que colocou a seleção caribenha entre as oito melhores do mundo pela primeira vez.
O meia Bryan Ruiz é a referência. Não à toa veste a camisa 10 e ganhou a tarja de capitão. No jogo das oitavas, contra a Grécia, foi dele o gol dos Ticos no tempo normal a vitória veio só nos pênaltis. O gol foi marcado com o pé esquerdo, onde está um dos segredos do jogador.
Em 2012, no Fulham, da Inglaterra, foi descoberto que a perna esquerda dele é 1,2 cm mais curta do que a direita. A diferença ocasionava uma sobrecarga na musculatura em um dos lados, o causando contusões. Desde então, ele usa chuteiras adaptadas para compensar o problema.
Se o obstáculo para Ruiz era físico, o goleiro Keylor Navas enfrentou um desafio mental: não desanimar esquentando o banco de reservas. Em 2011, ele chegou ao Levante, da Espanha, e, até o meio de 2013, não teve chances para atuar. "Foi muito difícil. Tinha de lutar para não baixar a cabeça e me prejudicar", recorda.
Faltando um ano para a Copa, veio a oportunidade. Ele assumiu a camisa 1 e foi eleito o melhor goleiro do último Campeonato Espanhol. A fase segue boa sofreu apenas dois gols em quatro jogos do Mundial.
O xodó costarriquenho, no entanto, está no ataque. Joel Campbell, 22 anos, é caçula do elenco. Ele não tem só a cara de menino, mas alguns hábitos também. O centroavante titular dos Ticos é viciado em videogame. Costuma ser imbatível nos duelos virtuais. Outro hobby é o álbum de figurinhas da Copa. Em abril, ele ganhou destaque na internet ao postar uma foto de 100 pacotes recém-abertos e reclamar que não tinha se encontrado.
A falta de sorte não se repetiu na Copa. "Não tem nada maior do que um Mundial e quero marcar mais gols", diz ele, que fez o primeiro gol do time no torneio, na vitória por 3 a 1 sobre o Uruguai.
Valorizados, os três despertam atenção de grandes clubes. Campbell deve ganhar uma chance no Arsenal, que o emprestou nas últimas temporadas. Já Navas é pretendido por Real Madrid e Porto.