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Após nove anos freqüentando o segundo escalão do rúgbi brasileiro, a cidade de Curitiba terá novamente um representante entre a elite. Hoje, às 16 horas, a equipe do Curitiba Rugby Clube faz sua partida de estréia no retorno à Primeira Divisão do esporte, enfrentando o São José-SP pela rodada inaugural do Campeonato Brasileiro de Super 8. O jogo está marcado para o Centro de Capacitação Esportiva do Paraná (CCE), no bairro do Tarumã. A entrada é franca.

Mais do que um compromisso esportivo importante, a data é o marco da vitória pessoal de quem joga rúgbi por amor. Pouco difundida no Brasil, a modalidade sobrevive graças à boa vontade de seus praticantes, mesmo em se tratando de equipes que disputam a principal competição nacional. Não seria diferente na capital paranaense.

O campo de futebol onde será realizado o jogo dos Touros (como é conhecido o CRC) é apenas um exemplo dos muitos que podem ser citados para demonstrar como funcionam as coisas. O espaço foi cedido pela Paraná Esportes (autarquia do governo estadual), numa parceria que já dura um ano e tem a manutenção do gramado, a recuperação da iluminação (utilizada para os treinamentos à noite durante a semana) e todas as demarcações sob responsabilidade dos membros do clube. Sem contar, naturalmente, os utensílios para os jogos e preparação (bolas, uniformes etc). Até um contêiner para servir de almoxarifado eles arrumaram.

"O governo nos cede a luz, o que já é uma grande ajuda, pois não teríamos condições de bancar esse gasto", revela Mauro Callegari, 48 anos, administrador, um dos fundadores, tesoureiro e jogador do CRC. Com 24 anos de idade (criado em fevereiro de 1982), o grupo conta atualmente com 65 filiados, divididos nas categorias juvenil, feminino, veterano e adulto. Para participar, basta comparecer aos treinamentos todas as terças e quintas-feiras, às 20 horas, no CCE, e pagar uma mensalidade de R$ 60 reais (quem não tiver condições financeiras, pode ficar isento).

Apesar da falta de recursos – ou melhor, da necessidade de tirar a grana do próprio bolso –, a sensação ao entrar em campo hoje à tarde será de satisfação absoluta. Caçar campos pela cidade, pregar panfletos nos postes procurando jogadores, desenhar e produzir as próprias camisas, sem dúvida vale à pena. "É muito bom, temos a sensação de que estamos construindo alguma coisa legal. E quando a bola rola, esquecemos de tudo e aquele momento passa a ser o melhor de nossas vidas", afirma Aloísio Dutra, 42 anos, comerciante, no CRC desde 1987.

Sobre as chances na competição, os representantes do Paraná (fora da capital existem equipes de rúgbi apenas em Guarapuava e Londrina) são modestos. "Queremos ficar entre os quatro na primeira fase, para chegar à fase final. Mas não será fácil", aponta Callegari. E as dificuldades começam já no primeiro oponente. "Nos últimos quatro anos, eles (São José) perderam apenas um jogo. Vai ser uma pedreira. Mas nós vamos pra cima deles e eles que se virem", disse Dutra.

Informações:www.curitibarugby. com.br

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