Os “velhinhos” azuis estão chegando

Hannover – O técnico francês Raymond Domenech não conseguia conter a euforia após a vitória por 3 a 1 sobre a Espanha, de virada, e a classificação às quartas-de-final, para enfrentar o Brasil. Criticado sem trégua durante a primeira fase da Copa do Mundo, o comandante aproveitou o triunfo para desabafar.

"Nosso time de velhos seguirá avançando na competição. Todos os que falavam que Patrick Vieira e Zizou (Zidane) não deveriam mais jogar terão de parar de questionar esses grandes atletas", disse Domenech.

O técnico, que classificou o desempenho de sua equipe como "admirável em todos os níveis", lembrou o que foi dito nos vestiários, sobre o confronto com o Brasil. "Agora o que nos espera será ainda melhor, pois pegaremos o Brasil nas quartas-de-final. É como diziam os jogadores no vestiário, são por essas partidas que vivemos para o futebol, os grandes clássicos, que são cheios de emoções fortes."

A seleção francesa tem uma média de idade próxima dos 30 anos. Um dos jogadores mais velhos é Zidane, 34, autor do terceiro gol da partida, que conseguiu adiar sua aposentadoria ao menos até sábado. Ele quer mais.

"Esta noite (ontem) nós mostramos que temos um bom grupo que quer ir longe. Nós queríamos realmente mostrar que, enquanto a primeira fase não foi fácil, nós éramos capazes de algumas coisas", disse Zizou.

No lado espanhol, o tom foi totalmente diferente: de choradeira. Um dos mais desolados era o goleiro Iker Casillas. Para o jogador do Real Madrid, o resultado do jogo foi injusto. "É duro porque não merecíamos isso. O segundo gol aconteceu de maneira fortuita, inesperada. No primeiro, eles nos pegaram em um momento de distração", justificou o arqueiro, que só havia levado um gol no torneio até a partida de ontem.

A seleção espanhola fez a melhor campanha da primeira fase do Mundial, com nove pontos, oito gols a favor, sete de saldo. Os franceses chegaram ao confronto com apenas uma vitória em sua campanha – diante da fraca equipe de Togo, por 2 a 0.