Convivendo desde os dez anos com a distrofia muscular, o atleta paraolímpico Eliseu dos Santos, medalhista de ouro e bronze em Pequim, descobriu a bocha por acaso, no início de 2005. Fazia sessões de fisioterapia na Associação de Deficientes Físicos do Paraná (ADFP) e gostava de assistir aos treinos no pequeno salão social da entidade. A convite do treinador Darlan Ciesilelski Júnior, começou a praticar o esporte e, em dois meses, estava competindo. "A bocha exige mais técnica do que força, por isso consegui me adaptar bem."
Eliseu conquistou o título de campeão brasileiro, o segundo lugar na Copa do Mundo do Canadá e a vaga para a Paraolimpíada de Pequim com pouco mais de um ano de treinamento. Antes de embarcar para a China, planejava voltar com uma medalha, qualquer que fosse. Trouxe duas.
"A conquista não é só pessoal. Gostaria que a partir de agora tivéssemos espaços adequados para treinamento, com quadras oficiais", declarou Santos durante a recepção preparada para ele e outros paratletas paranaenses pela diretoria da ADFP, na terça-feira.
Eliseu foi medalha de ouro na disputa por duplas, ao lado do paulista Dirceu Pinto, e bronze na disputa individual. "Os favoritos eram os portugueses. Nós éramos estreantes e desconhecidos."
A preparação brasileira foi exatamente na casa dos principais adversários, um mês antes da viagem para a China. "Quando fomos treinar em Portugal, percebemos que jogaríamos em condições de igualdade", conta Ciesilelski, que, além de técnico da ADFP, comanda a seleção brasileira de bocha adaptada.
A perspectiva de Eliseu, hoje com 31 anos, é chegar na Paraolimpíada de Londres-2012 e conseguir outras medalhas.
No ano que vem, ele disputa a Copa América na Colômbia. Em 2010, o Mundial em Portugal e, um ano antes da próxima Paraolimpíada, terá a chance de competir no Brasil, na Copa do Mundo de bocha adaptada.
Aproveitando o sucesso de Eliseu e Dirceu, o treinador espera poder levar mais atletas para Londres. "No Paraná, temos pelo menos mais três em condições de competir em 2012."
Tênis de Mesa
A dupla paranaense de tênis de mesa Luiz Algacir Vergílio e Welder Kanaf também esteve no pódio na Paraolimpíada de Pequim. Perderam a final para os franceses e ficaram com uma inédita medalha de prata. Mas o jogo mais marcante para ambos aconteceu na semifinal contra a China, quando a dupla verde-amarela calou o ginásio lotado. "Foi tudo mágico. Nós eliminamos os donos da casa, que são os criadores do esporte. Quase inacreditável."
Vergílio já havia participado de outras três Paraolimpíadas e lembra que o Brasil tinha dificuldade para passar da primeira fase. O atleta atribui a melhora na performance à dedicação exclusiva ao esporte. "Eu trabalhava em uma montadora, mas saí da empresa há dois anos para me dedicar aos treinos", comenta.
Ambos confirmam as dificuldades de espaço para treinamento apontadas por Eliseu dos Santos na bocha. "Treinamos em salas pequenas onde o peso da bola é diferente. Para o esporte crescer precisaríamos de espaços apropriados", protesta Vergílio.
O próximo desafio para os mesatenistas será o Mundial na Coréia do Sul, no próximo ano. "É importante participar do maior número de campeonatos internacionais para garantir um lugar entre os 26 do ranking e ir para Londres em 2012", explica.
O estado ainda foi representado na natação por Moisés Batista, que se classificou para a final dos 150 m medley. Carlos Henrique Garletti, no Tiro Esportivo, terminou em 34º lugar. Além deles, o Paraná teve as "adotivas" Terezinha e Sirlene Guilhermina, no atletismo mineiras que treinam em Curitiba. Terezinha conquistou a medalha de ouro nos 200 m rasos.
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