Antes da Copa das Confederações, a pergunta era "quando Neymar vai jogar na seleção o que joga no Santos?". Após as atuações no torneio-teste da Fifa, até o melhor do mundo, Messi, futuro companheiro no Barcelona, já está dizendo: "Espero que ele faça aqui [na Espanha] o que está fazendo na seleção brasileira".
Exaltado pelos outros, o camisa 10 do time nacional raramente fala dos próprios lances. Prefere comentários e análises usando a equipe como pano de fundo. Mas, mesmo no discurso coletivo, é possível perceber a vontade de brilhar na partida que considera "uma das maiores da história", a decisão da Copa das Confederações, domingo (30), às 19 horas, entre Brasil e Espanha, no Maracanã, na qual verá do outro lado nove espanhóis do Barça.
"Não podemos ter medo de nada", diz o astro brasileiro, em frase que se aplica bem ao seu estilo ousado de jogo e à canção Ousadia e Alegria, do pagodeiro Thiaguinho, um dos tantos parceiros do jogador. "A Espanha é a melhor equipe do mundo, tem os melhores jogadores, mas também temos grandes na seleção brasileira. O respeito e a admiração são enormes, mas nosso futebol é bonito e confiamos em uma grande partida e no título", discursou.
Ao falar em grupo, Neymar sabe que também se beneficia com um time forte. "Estamos em um momento maravilhoso. Precisávamos achar um jeito de jogar e conhecer melhor um ao outro que uma hora as qualidades individuais iriam aparecer", analisou.
As suas ficaram mais evidentes. Já marcou três gols na Copa das Confederações apenas menos do que jogadores que tiveram a moleza de enfrentar o Taiti , tentou 13 finalizações perde por uma para o italiano Balotelli e deu duas assistências outros seis jogadores têm o mesmo número, mas ninguém o supera.
Jogadas que os novos companheiros de Barcelona Piqué, Alba, Busquets, Xavi, Iniesta, Fàbregas e Pedro titulares; Villa e o goleiro Valdés reservas do técnico Vicente del Bosque na seleção esperam que ele volte a fazer apenas a partir do início da temporada 2013/2014 do futebol europeu. Neymar também não vai longe na troca de gentilezas. "Encontrá-los aqui será uma honra muito grande. Já desejei toda sorte até esta partida, agora espero que eu e meus companheiros da seleção façamos uma bela partida para sairmos campeões".
O jovem atacante vê um confronto que "ficará marcado para o resto da vida", travado com jogadores como os do Barça, ou o goleiro Casillas do Real Madrid, seu futuro rival na Espanha, assim como Sergio Ramos, Arbeloa e Albiol. "Sempre os admirei por causa do videogame, televisão...". E também atuando ao lado de quem foi fã. "Quando eu era pequeno, vi alguns jogarem grandes partidas. Agora, vou ter a chance de estar entre eles", disse, citando especificamente o zagueiro Thiago Silva e o atacante Fred, respectivamente sete e oito anos mais velhos do que ele.
A final no Maracanã será a última oportunidade de o público brasileiro ver Neymar de perto antes do início da trajetória no Barça. "Não sei como vai ser. Tenho certeza de que vou me emocionar novamente por ser uma final e ver os brasileiros cantando o hino como foi em todos os jogos. Não sei se vai ter choro ou não, mas espero que a emoção vá lá em cima", disse o jogador, que até ontem ainda não havia se dado conta da despedida.