São Paulo (Folhapress) Choque e mágoa. Esses foram os tons do manifesto de ontem dos juízes na sede da Anaf (Associação Nacional dos Árbitros de Futebol) em relação ao envolvimento do árbitro Edílson Pereira de Carvalho na manipulação de resultados em jogos do Campeonato Brasileiro, Taça Libertadores e Campeonato Paulista.
Na reunião, estiveram presentes 11 árbitros, que repudiaram o comportamento de Carvalho e que agora vão iniciar um trabalho para recuperar a credibilidade da categoria nos jogos que restam do Nacional.
"Nos reunimos para dizer que vamos continuar trabalhando. Somos seres humanos, entramos pressionados, mas sabemos que o momento de choque já passou com a rodada do fim de semana. Agora temos de entrar em campo com vontade, raça e prontos para resgatar a credibilidade", disse Paulo César de Oliveira, árbitro do quadro da Fifa.
Todos os presentes condenaram o comportamento de Carvalho. Esperam, agora, que o caso seja devidamente esclarecido.
"O Edilson não representa a arbitragem. Somos pessoas honestas e somos pautados pela seriedade. Árbitros que cometem crimes não podem conviver conosco. O termo máfia do apito passa a impressão de que outros juízes estão envolvidos, mas somente ele está comprovadamente no meio desse esquema", completou Oliveira, que se dispôs a abrir suas contas bancárias e telefônicas caso isso seja solicitado pelo Ministério Público.
Segundo José de Assis Aragão, presidente da Anaf, todos os procedimentos foram feitos para assistir Carvalho. No entanto, quando ele se confessou culpado, o quadro mudou. "A princípio, todos (os árbitros) são santos para mim, e fizemos o que era necessário. Mas, quando ele confessou a culpa, tivemos de repudiar a ovelha negra. O Edilson não representa nossa categoria", declarou Aragão.
Banido do quadro da FPF e suspenso pela CBF, Carvalho sofreu mais um baque: a Fifa também anunciou a sua suspensão. "Não tem mais volta, a carreira dele está encerrada", completou Aragão.
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