Uma quadra disponível, equipamentos importados, salário para o técnico e eventual ajuda para treinar. Um projeto inédito no Paraná é um oásis de facilidades no deserto da falta de auxílio que ronda o hóquei no estado. Sim, existem quatro equipes paranaenses de hóquei em linha.
Nenhuma delas teve até hoje o que está reservado a um grupo de alunos de uma escola pública de Curitiba. Pelo menos 25 garotos serão selecionados este mês para formar uma equipe mirim no Colégio Estadual Sen. Manoel Alencar Guimarães. E com direito a patrocínio.
O apoio virá do Canadá, onde a versão gelada do esporte é uma paixão nacional. O investimento inicial da empresa CBL Tech (especialista em recuperação de dados) é de US$ 5 mil para a compra de equipamentos, que vão muito além de um taco e um disco. Incluem uma verdadeira armadura dos pés à cabeça.
Os meninos inscritos no projeto sequer têm a noção do privilégio. "Acho que vai ser bem legal", comenta um grupo, mais curioso do que determinado. "Estou envolvido com o hóquei há 20 anos e jamais vi uma iniciativa como essa", conta o futuro técnico Ali Jezzini.
Apaixonado pela modalidade, na verdade ele nunca contou com apoio algum. De jogo de camisas a transporte. De alimentação a inscrição em torneios.
Realidade muito diferente dos vizinhos da América no Norte, onde as Ligas de hóquei no gelo movimentam milhões. Aqui, a falta de pistas de gelo (existe apenas uma no Rio) levou os jogadores a adotarem as de quadra. Mas isso não amenizou o problema.
Apesar de ser uma modalidade cara para os padrões brasileiros por causa dos equipamentos, o grande drama é onde treinar. "Comprar equipamento, a gente até compra. Deixa de gastar com roupa ou diversão e economiza uns US$ 500. Mas ninguém nos libera o espaço", revela Jezzini.
"Eles são personas não gratas", brinca Rogério Riva. O diretor da escola há anos cede sua quadra ao hóquei. Um "mecena" quase solitário. Além do pátio nos fins de semana e à noite, os praticantes têm o apoio da prefeitura de Quatro Barras que também empresta uma quadra.
A alegação é de que os patins danificam o piso e a resposta é "não" a qualquer tentativa de empréstimo da quadra. Os danos são riscos não permanentes de borracha deixados pelas rodas. Para compensar o "estrago", o time Curitiba Hockey Club todo o ano pinta a quadra.
E será nesse mesmo espaço que a futura geração vai começar a ser moldada. A idéia inicial é ensinar os meninos a patinar e só depois começar a introduzir os fundamentos da modalidade.
O trabalho começa com o equilíbrio sobre os patins. Depois, passa para patinar segurando o stick e usando os equipamentos de segurança. Por fim, ter habilidade para fazer um pequeno disco chegar às redes. E rápido, de preferência.
"É um esporte muito interessante por essa conjunção de técnicas", comenta o treinador. Diante disso, competir oficialmente está fora dos planos pelo menos no primeiro ano de projeto.
A idéia da escola a princípio é desenvolver a modalidade e o aluno como atleta. Por isso será exigido bom rendimento escolar e social.
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