A paixão pela adrenalina de vencer obstáculos sobre duas rodas colocou o Paraná no topo do cenário do motocross brasileiro. Duas equipes do estado, a Oasis Racing Team e a Pro Tork Team, polarizam a disputa nas pistas de terra do país, seja visando ao resultado pura e simplesmente ou buscando performance na indústria automobilística.

CARREGANDO :)

O trabalho da dupla Marcelo Silvério, de 37 anos, e Clóvis Castello, de 50 anos, é de formiguinha. Criadores da Oasis, eles tentam reverter a lógica da modalidade, enfrentando quase de igual para igual as grandes potências Honda e Yamaha.

Mesmo com um orçamento enxuto, em torno de R$ 500 mil anuais, os empresários conseguiram colocar o time curitibano no mapa da modalidade em apenas dois anos de existência. A Oasis passou a ser respeitada pela quantidade de bons pilotos que descobre e lança no competitivo mercado das motos estilo enduro.

Publicidade

A última promessa lapidada nas pistas do centro de treinamento da equipe, em Campina Grande do Sul, na região metropolitana de Curitiba, é o curitibano Jean Ramos, de 18 anos, terceiro colocado no Brasileiro de Supercross na categoria SX2 (250 cilindradas). Revelação da temporada, o piloto já assinou contrato com a Honda para 2008. Irá realizar o sonho de guiar a Ferrari do motocross.

"Fica difícil competir. Com esforço, até conseguiríamos cobrir a proposta financeira. Mas, como frustrar os planos do garoto, que sempre desejou andar com uma Honda? Isso a gente não faz, não é a nossa filosofia", explica Silvério, piloto aposentado que decidiu investir em uma escuderia própria por pura paixão ao esporte. "Aqui o piloto não tem outra preocupação que não seja subir na moto e acelerar", acrescenta.

Jean é o remanescente de um ano difícil para o time paranaense. Os outros dois motoqueiros da Oasis, por questões diferentes, tiveram de abandonar o barco. Douglas Parise (SX1 – 450 cc) operou o ombro esquerdo e só volta às pistas em 2008. Já Kurtt Rocha preferiu trocar de camisa no meio da competição, optando por ser patrocinado pela Tork, empresa de motopeças de Siqueira Campos, Norte Pioneiro do Paraná, o outro time do estado no supercross.

A filosofia da Pro Tork Racing Team é um pouco diferente. A empresa resolveu apostar na criação da equipe como estratégia de marketing, para melhorar a participação no mercado de peças para motocicleta. Deu tão certo que, além de crescer 40% no segmento off-road, a escuderia passou a incomodar as gigantes, conquistando títulos e "roubando" grandes nomes do motocross nacional para suas fileiras, como o catarinense Milton "Chumbinho" Becker. "A brincadeira é cara, mas nos deu um retorno de marca excelente", ressalta o supervisor de marketing da empresa, Eduardo Appel.

A Pro Tork mantém seis pilotos no time, além de patrocinar outros 46 atletas. Duas pistas, uma de Motocross e outra de Supercross (menor e com obstáculos artificiais), complementam a estrutura. "Queremos cada vez mais chegar no supra-sumo. Evoluir sempre", afirma o supervisor.

Publicidade