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Em 1970, o ex-presidente major Antônio Couto Pereira ficou escandalizado ao abrir um galpão nas imediações do então Estádio Belford Duarte. Dezenas de troféus do Coritiba estavam amontoadas pelo chão. Trinta e quatro anos depois, o clube quis dar um destino digno às relíquias resgatadas e transferi-las do museu para um memorial.

O conselheiro Pierre Boulos foi incumbido da missão e buscou parceiros para reunir material para o espaço e logo formou-se um esquadrão com nove participantes. Cada um tinha a sua década preferida pesquisada, dados antigos, uma lista de contatos e um incansável dom para garimpar informações.

Começava ali a trajetória dos Helênicos. Admiração pelo futebol, paixão pelo Coxa e vocação à pesquisa transformaram um grupo de torcedores em arqueólogos alviverdes.

Mergulhados em arquivos e bibliotecas, visitando famílias de ex-atletas e de fundadores e contando com a colaboração de outros coxas-brancas, eles formaram o mais completo acervo do Coritiba – disponível no site historiadocoritiba. com.br. Um levantamento respeitável a ponto de municiar o próprio clube, a imprensa paranaense e nacional e os fãs alviverdes. Tudo de forma isenta.

"Recebemos em troca apenas cinco cadeiras no estádio. Nosso princípio é ter independência financeira e política", explicou o coordenador do grupo, Guilherme Straube.

Por causa disso, Boulos, hoje secretário da mesa do Conselho Deliberativo, está afastado temporariamente. Completam a equipe Levi Mulford, Maurício Pasternak, Sílvio Gonzaga, Flávio Soethe, Fernando Cabral, Alan Roger da Silva e Celso Moletta Júnior.

Mesmo com tantos ídolos nos gramados, eles decidiram homenagear o jornalista e escritor coritibano Francisco Genaro Cardoso. Ele assinava suas colunas, inclusive na Gazeta do Povo, com o pseudônimo de Helênico.

Eles perceberam em pouco tempo que o Memorial no qual trabalhavam era pequeno para a história alviverde e que o projeto poderia ser útil para o centenário. Cerca de 170 tópicos, entre maiores artilheiros, goleadas, partidas históricas, clássicos e outros tantos foram selecionados para serem completados até 2009.

Em nome do aniversário, a equipe guarda em sigilo pérolas da história do clube para serem reveladas apenas nos 100 anos. Como alguém que vive de divulgar informações consegue manter segredo?

"A gente conta um para o outro", brincam os torcedores, que viraram amigos.

Além de resgatar o passado, os Helênicos pensam no futuro e desenvolvem o planejamento de um museu nos moldes dos mais modernos do mundo. O custo estimado é de R$ 6 milhões e o projeto será entregue à direção do clube.

Enquanto o sonho não vem, eles programam a realização de um espaço no atual memorial para projeção de vídeos, como os que fazem sucesso no site You Tube.

No top 3 dos vídeos selecionados pelo grupo estão o gol de Tostão no Atletiba de 89, pelo Paranaense, e os gols de Lela contra Santos e Joinville, ambos em 85. Todas imagens resgatadas pelos estudiosos coxas.

Na internet: veja os vídeos preferidos dos Helênicos no http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/blog/arquibancadavirtual/

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