Raid muda ao chegar à maioridade
Um divisor de águas. Ao chegar à sua maioridade, o Transparaná será disputado com mudanças significativas em relação às 17 edições anteriores. Além da maior dificuldade em todo o trajeto, é a primeira vez que a prova foi organizada por uma empresa terceirizada, responsável por fazer o levantamento do novo percurso até a direção-geral da prova, com a supervisão do Jeep Clube de Curitiba, criador do evento.
Este ano são 66 duplas inscritas, de várias regiões do Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro, que disputam cinco categorias: Master, Sênior, Jeep, Júnior e Turismo. Outra novidade será a disputa do Super Prime, a partir das 17 horas de hoje, em Guaíra, Região Oeste do estado.
Os melhores terão a vantagem de, amanhã, largarem nas primeiras posições. "Os primeiros pegam a rota ainda limpa, com menos chance de atolar ou de comer poeira, diz o presidente do Jeep Clube de Curitiba, Rone Branco. "A partir deste ano, o Transparaná atinge um novo patamar de qualidade da prova, em todos os aspectos", acrescenta ele. Serão cerca de 1,3 mil quilômetros percorridos em seis dias, atravessando o estado. A chegada será na Praia Mansa de Caiobá, no próximo sábado, a partir das 14 horas.
Disputar um raid é coisa para apaixonados. É preciso antecipar todos os compromissos para se passar dias dentro de um automóvel. Tem de se aturar os solavancos do veículo e manter a disciplina para fazer os trajetos propostos pela organização da prova, dentro do tempo proposto. Exige trabalho afinado e compreensão para que um pequeno deslize, seja do piloto ou do navegador, não comprometa ainda mais o desempenho.
Na 18.ª edição do Transparaná, a maior corrida de regularidade das Américas, que começa hoje, em Guaíra (Região Oeste), um casal de Curitiba comprova a frase do primeiro parágrafo: disputar um raid é para apaixonados. Anderson Cesar Zani e Renata Armênio vão estrear na competição este ano, na categoria júnior. E só estarão lá pela paixão de Renata por automóveis, que contagiou o marido.
Diretora financeira de uma empresa multinacional, Renata queria uma atividade para alivar o estresse da agenda sempre lotada. No final de 2009, viu uma propaganda de um passeio com jipes e veículos de tração 4x4 promovido pelo Jeep Clube de Curitiba. Ela pediu o carro emprestado da mãe e convidou Anderson. "Adorei colocar o carro na água, na lama. Decidi, na semana seguinte, comprar um troller para mim. No começo, o Anderson não se animou muito, mas me acompanhava", diz Renata, 29 anos. Ela será a única mulher nas categorias principais do Transparaná a pilotar um dos autos.
"Já estou acostumada ao estranhamento quando digo que sou piloto. No meu trabalho também sou uma das poucas mulheres com um alto cargo e causo a mesma reação", diz Renata.
Além dela, a prova terá mais nove mulheres: uma piloto da categoria turismo (considerada não oficial) e oito cuidando da navegação. Posto que Anderson assumiu para si. "Se eu fosse deixar ela navegar, íamos nos perder. Acho que para a mulher, é mais difícil conciliar cálculo de tempo com rota. Dizem que o navegador é o cérebro da dupla, o piloto, o músculo do carro", conta o empresário de 29 anos.
Se no começo a maior empolgação pelos passeios e competições de raid era de Renata, foi de Anderson a ideia de competir no Transparaná deste ano. "Não queria que fosse agora, por causa dos meus compromissos profissionais. Mas o Anderson me convenceu que era uma boa hora. Ele se rendeu de vez no ano passado, quando vencemos a categoria mista do Rally Universitário da Fiat. Acho que minha paixão é pela aventura. A dele, é vencer", ressalta a moça.
"Estamos nos programando desde outubro para o Transparaná. Compramos o jipe pensando nessa prova. Fizemos cursos, eu, de navegação, ela, de pilotagem", conta ele. Sem contar no investimento. Um carro como o que vão usar pode custar de R$ 50 mil a R$ 70 mil. "Só para esta prova investimos uns R$ 5 mil".
Tudo pela emoção de atravessar o Paraná de Oeste a Leste, em seis dias. "Seria muita pretensão nossa dizer que queremos ganhar. A princípio, o objetivo maior é terminar a prova, visto que teremos a concorrência de gente muito mais experiente. Vamos levar máquinas fotográficas, registrar o máximo possível", fala o empresário.
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