José Roberto Vinharski, coordenador de punhobol do Clube Duque de Caxias, em Curitiba, dá trabalho à funcionária do almoxarifado. Ela deve limpar a bola do jogo com pano úmido, para só então esvaziá-la. "Mas não muito, para não criar sulcos no couro", avisa Luiz Karwowski Junior, atleta do clube e da seleção brasileira. "Tudo pelo amor ao punhobol", emenda Vinharski.
O amor de Vinharski é correspondido. No mês passado, o time nacional de punhobol conquistou o título mundial no "World Games", espécie de Olimpíada para esportes não-olímpicos, que neste ano foi disputada em Kaohsiung (Taiwan). Este era o único título internacional representativo que o Brasil jamais havia ganho. Além de Ju, como é conhecido o defensor Luiz Karwowski, também representaram Curitiba na competição o batedor Gabriel Araújo (Gabi) e o auxiliar técnico Valdir Simioni.
"Foram cinco escalas e 52 horas de voo", relatou Ju, de 35 anos, praticante de punhobol desde os 10. O atleta, que também é dentista com atendimento em 5 consultórios, está acostumado às longas jornadas exigidas pelo esporte.
"Pratico musculação das 6h30 às 8 horas, de segunda a sexta. Atendo os pacientes e treino à noite, às terças e quintas. E também no sábado à tarde."
Apesar da dedicação, Ju afirma nunca ter sentido problemas de sociabilidade, pelo contrário. Segundo ele, o punhobol foi um elemento integrador em sua vida: "O que mais me atraiu nesse esporte foi o ambiente familiar que ele proporciona. Por ser pequeno e não haver rivalidade, os adversários até nos convidam a ir a suas casas."
Ju conheceu sua esposa por meio do punhobol, e relata que, apesar de haver reclamações sobre a falta de tempo para o casal, o fato de ela também ser praticante atua como apaziguador. "Ela tem sido convocada para a seleção feminina e, caso dispute competições internacionais, eu é que vou ficar em casa sozinho, torcendo."
Veterano
Valdir Simioni, 46, auxiliar técnico campeão do World Games, pertence à geração anterior de praticantes de punhobol, e lembra das dificuldades que faziam parte das rotinas de treinamento nos anos 70 e 80. "Era mais difícil conseguir material esportivo. As bolas eram importadas, e era raro achar alguma para comprar". Para ele, existem hoje métodos de treinamento mais bem estruturados: "Há mais treinadores formados na ativa. Então é tudo planejado para conseguir o melhor desempenho", ressalta.
Simioni conheceu o punhobol ao se tornar sócio do Clube Duque de Caxias em 1977. Influenciado pelo esporte, formou-se em Educação Física e hoje é funcionário da Secretaria Municipal de Esportes e técnico da equipe Condor, de São Bento do Sul, em Santa Catariana. Um de seus objetivos é ajudar na inserção do punhobol em escolas curitibanas. "O punhobol é fácil, dinâmico e pessoas de qualquer tipo físico podem participar. Já estamos implementando em algumas instituições privadas, mas ainda há muito espaço para conquistar".
Atualmente, Curitiba tem cerca de 300 participantes da modalidade.
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