A frase mais comum entre os dirigentes palmeirenses é que as negociações com Muricy Ramalho "não evoluíram." Não é bem assim. As conversas avançaram desde a noite da última segunda-feira. A cautela adotada pela diretoria é para evitar a euforia do final da semana passada, quando Muricy pela primeira vez sinalizou que poderia aceitar o Palmeiras. O rumo das conversas levou um conselheiro ligado ao presidente Luiz Gonzaga Belluzzo a dizer nesta terça: "está para estourar (a notícia)".
A cartolagem do Palmeiras reza para que seja assim. Desde a demissão de Luxemburgo, todo o esforço da cartolagem é voltada para Muricy. Se ele não assinar, o novo treinador chegará sabendo que foi a segunda escolha.
"Contratação do técnico é algo muito sério. Quando saiu o Caio Júnior foi a mesma coisa. Esse é o perfil dessa diretoria", disse o gerente de futebol, Toninho Cecílio.
Desde o início, Belluzzo afirmou que o nome era Muricy. Chegou a dizer no último final de semana acreditar na chegada do ex-são-paulino. O tempo todo a mesma tecla: o Palmeiras iria trazer um profissional de ponta, experiente e vencedor. Publicamente, o interino Jorginho foi descartado. O único nome que se encaixa na descrição e está no mercado é Muricy Ramalho.
Ele não morre de vontade de assumir o Palmeiras, mas não quer sair de São Paulo por motivos familiares. Tem em mãos oferta de um clube do Catar. Até estaria disposto a aceitar, mas sua esposa, Roseli, não quer nem ouvir falar no assunto.
A não ser que deseje passar mais algum período em casa, sem fazer nada, Muricy tem como alternativa o Palmeiras. Isso poderia mudar apenas se o Santos (que o procurou há duas semanas) ficasse sem Mancini. A possibilidade de comandar equipe fora do Estado que faria Muricy balançar seria o Internacional. Mas para isso, Tite teria de deixar o comando. Quando saiu do São Paulo, era essa a sua preferência.
Notáveis
"É muito arriscado", disse o vice-presidente Gilberto Cipullo quando questionado sobre uma comissão de notáveis para dirigir o time. São nomes sem experiência, mas identificados com o Palmeiras. Desde a queda de Luxemburgo, foram citados Arce, Evair e Zinho.
Belluzzo não é fanático pela ideia, mas já afirmou publicamente que o clube "precisa formar seus técnicos". Por isso, pessoas ligadas ao presidente ligaram para José Carlos Brunoro, ex-executivo da parceria com a Parmalat. A sondagem foi para ele voltar ao clube, mas na coordenação da comissão técnica.
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