Há cerca de dois meses e meio, xingamentos e gritos de "time sem vergonha" recepcionaram o Palmeiras no Aeroporto Internacional de Curitiba. Recém-eliminado do Paulista, o time se preparava para encarar o Paraná, pelas oitavas de final da Copa do Brasil. Setenta e oito dias depois, o elenco está mais uma vez na capital paranaense, desta vez para decidir o torneio nacional contra o Coritiba, e envolto em um clima bem diferente.

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O adversário do Coxa na decisão de hoje, às 21h50, vê no torneio a chance de voltar a levantar uma taça e poder comemorar um título com um gosto mais "autêntico". Após pouco mais de três décadas, o Porco busca consolidar uma conquista sem a ajuda de parceiros, o que não ocorre desde o Estadual de 1976.

Na década de 90 – repleta de alegrias para os alviverdes paulistas (incluindo dois títulos brasileiros, uma Libertadores e uma Copa do Brasil) – o clube era administrado com o forte apoio da Parmalat. Na conquista do Paulista de 2008, o último título do clube, a parceira era a Traffic. Desta vez, os investimentos são pontuais, sem uma ligação tão estreita como as registradas anteriormente.

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"O Palmeiras tem a obrigação de ser campeão contra o Coritiba por causa da escassez de títulos que vivemos nos últimos anos. Tirando o Paulistão, não conquistamos nada há tempos", cobra o estudante Bruno Foganholi, de 23 anos, um dos cerca de 50 torcedores que acompanharam o desembarque do time ontem à noite.

Mesmo com um grande número de inconformados por que não conseguiram ingressos para a decisão, a maior parte dos fãs queria simplesmente incentivar. O contato com o elenco, no entanto, foi mínimo, já que a delegação saiu do avião direto para o ônibus.

A eventual conquista "independente" no Couto serviria ainda para amenizar o encolhimento que o Palmeiras vem sofrendo nos últimos anos diante do sucesso dos rivais. A equipe do Palestra Itália deu apenas duas voltas olímpicas nos últimos 12 anos, entre elas está a comemoração de um Brasileiro da Série B, em 2003, que muitos torcedores preferem esquecer.

Neste período, os palmeirenses viram o Corinthians conquistar nove campeonatos, o São Paulo, seis, e o Santos, nove. Os adversários acrescentaram em seus currículos pelo menos dois títulos brasileiros, uma Libertadores, além de estaduais.

E a lembrança recente mais dolorosa aconteceu justamente em Curitiba, diante do mesmo Coritiba, na última Copa do Brasil: goleada por 6 a 0 e eliminação humilhante. "Já estive aqui nesse ano para cobrar, agora estou para apoiar. Ver o título aqui, depois do 6 a 0 que está engasgado, vai ser muito bom", aposta Foganholi.

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