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O dia seguinte ao anúncio oficial da aposentadoria de Marcos foi de tristeza e de grande saudosismo por parte dos palmeirenses. No clube, o preparador de goleiros Carlos Pracidelli e o vice-presidente de futebol Roberto Frizzo exaltaram o goleiro sob diferentes prismas nesta quinta-feira (5), no segundo dia de treinos da equipe para a temporada de 2012.

Pracidelli não escondeu a emoção que vive por ver o seu pupilo deixar os gramados após ter participado ativamente da carreira do ídolo. O preparador iniciou a sua trajetória no Palmeiras em 1992, mesmo ano que Marcos subiu dos juniores para o time profissional.

"Eu lembro como se fosse hoje. O Marcos era alto, magro, cabeludo, e nunca escondeu o sonho de vencer no Palmeiras. Ele era muito humilde, vinha do interior e ainda estava em fase de adaptação. Eu já o conhecia do departamento amador, pois comecei lá. Hoje não consigo traduzir em palavras essa aposentadoria dele. Estou vivendo dois sentimentos: o de tristeza, por perder um amigo e um profissional de extremo caráter, mas feliz por ter contribuído com uma carreira como a que ele teve", afirmou Pracidelli, em entrevista coletiva na Academia de Futebol.

Em seguida, o preparador lembrou da perseverança do herói do título da Copa Libertadores de 1999 em meio ao grande número de lesões sofridas durante a carreira. O esforço acabou premiado também com o título da Copa do Mundo pela seleção brasileira, em 2002, e com o do Paulistão de 2008, quando o clube encerrou um jejum de 12 anos sem conquistas estaduais.

"Na minha opinião, o Marcos é insubstituível. Não apenas pela pessoa que é, mas por ter conquistado tudo e todos. Só quem conviveu de perto com o Marcos sabe o que ele passou. Não foram duas ou três lesões, mas uma infinidade. E, mesmo assim, ele nunca perdeu a vontade de vencer e sempre jogou até o limite para superar todos os desafios. Com tudo o que já tinha lesionado, foi para a Copa do Mundo e fechou o gol no penta. Depois de ficar dois anos fora [em 2006 e 2007], ressurgiu em 2008 para dar um novo título ao Palmeiras. Enfim, são fatos que jamais serão apagados", reforçou Pracidelli.

O preparador ainda destacou que Marcos "perdeu apenas para o corpo dele, jamais para a técnica" e disse não acreditar que o ídolo irá trabalhar como preparador de goleiros no Palmeiras. "Os joelhos não permitem, pois o desgaste é enorme. Acho que ele pode buscar coisas maiores, pois tem experiência e é muito inteligente", opinou.

Embaixador

Se Pracidelli exaltou Marcos e o vê fora do trabalho nos gramados a partir de agora, Roberto Frizzo deixou claro que tem planos para o agora ex-jogador trabalhar no clube longe das quatro linhas.

"Vejo o Marcos como um grande embaixador do Palmeiras, ele pode ser extremamente importante nesse sentido. Com o carisma, o respeito e por tudo o que já conquistou aqui, por ser tratado como ídolo de 15 milhões de palmeirenses e até de outras torcidas, o Marcos pode exercer esse papel de grande embaixador", avisou o dirigente, acrescentando que o ídolo poderá funcionar também como uma espécie de conselheiro para jovens jogadores.

"Podemos ter ele também no dia a dia do clube. Imagine o Marcos chegando nos meninos da base, assistindo a um treino e passando palavras de incentivo. Ele representando o Palmeiras, em todas as circunstâncias que envolvem o cotidiano do clube, será fundamental", reforçou.

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