A decisão da Fifa de proibir jogos internacionais acima de 2.500 metros de altitude a Bolívia. Incentivada pelo presidente da República Evo Morales, a população saiu às ruas em busca de justiça. É na intensidade do grito do povo andino que o gerente geral da Federação Boliviana de Futebol, Alberto Lozada, acredita que o veto será anulado na reunião do Comitê Executivo da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), marcada para o próximo dia 15 de junho. O país ameaça, inclusive, não participar da Copa América, que será disputada na Venezuela entre 26 de junho e 15 de julho, caso a posição não seja revista. Lozada conversou por telefone com a Gazeta do Povo.
Como a Bolívia recebeu o anúncio da Fifa de que estão proibidas a realização de partidas em cidades com mais de 2.500 metros acima do nível do mar, como La Paz (3.600 metros) por exemplo?
Recebemos como um golpe muito baixo da Fifa e da Conmebol. Uma verdadeira traição. A Fifa com isso acaba com o princípio da universalidade do futebol.
Acredita que houve discriminação com a Bolívia e outros países que mandam seus jogos em cidades altas como Peru, Colômbia e Equador? Se essas cidades fossem no Brasil ou na Argentina a proibição existiria?
Pura discriminação. Vetar a cidade de La Paz e as outras e é um ato discriminatório não só com a Bolívia, mas com todos os países andinos. Ninguém vai deixar de ser campeão do mundo, por exemplo, se jogar na altura.
E como os bolivianos reagiram à decisão?
Estamos todos ofendidos, com raiva. A cidade de La Paz está marchando em manifestação na busca por justiça.
Você acredita que a Federação Boliviana de Futebol terá condições e respaldo político para reverter a proibição?
Acredito na política diplomática do governo do presidente Evo Morales. Vamos solicitar o apoio de todos os países que assim como a Bolívia se sentiram prejudicados com a determinação da Fifa. A Bolívia lamenta muito esta decisão, estamos sangrando porque considerávamos o Joseph Blatter (presidente da Fifa) um amigo.
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