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Aos coletores

O último ouro brasileiro foi conquistado pelo ex-co­­­­le­­tor de lixo Solonei Rocha (foto), ontem, na maratona. "Todo mun­­do sabe de onde vim. Tenho or­­gulho de ter sido coletor, sempre vou dizer isso. Hoje os coletores ga­­nharam o ouro", dedicou o vence­­dor, de 29 anos, que treina há ape­­nas dois. Foi a terceira marato­­na da carreira dele. O tempo de 2h26min37, pior do que sua marca de abril em Padova, na Itália (2h11min32s) não é suficiente para o índice olímpico, de 2h15min. "Não vim em busca de tem­­po, vim em busca de medalha. Mas acredito que vou con­­seguir índice para Londres", disse o paulista.

Com as 141 medalhas ganhas pelos brasileiros em Guadalajara, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) coloca o país como segundo colocado dos Jogos Pan-Ameri­­canos, copiando a estratégia dos Estados Unidos na Olimpíada de Pequim-2008: considerar o nú­­mero total de medalhas. Desta forma fica à frente de Cuba (136).

"Antes de tudo, não estamos disputando com Cuba", minimizou o superintendente do COB, Marcus Vinícius Freire.

Pelos critérios oficiais, a ilha caribenha foi a segunda colocada, por ter somado dez ouros a mais (58 a 48). O Brasil fechou o Pan com a 48.ª medalha dourada conquistada ontem pelo ex-catador de lixo Solonei Rocha na maratona. "Tivemos 53% dos nossos 515 atletas levando uma medalha, com 80% de produtividade nos esportes coletivos. Enquanto Cuba ganhou medalhas em 23 modalidades, ganhamos em 35", compara o dirigente.

O COB investiu R$ 8,5 milhões para que o Brasil repetisse o terceiro lugar do Pan do Rio-2007, no qual foram cinco topos de pódio a mais (52). "O [resultado no] Rio foi fora de série por ser em casa. Con­­seguimos manter esse patamar, com muito mais abrangência que Cuba. Mantivemos a terceira posição e crescemos 68% em relação a Santo Domingo [2003, quando foram ganhas 123 medalhas, 29 de ouro]", seguiu Freire.

Para a Olimpíada de Londres, a meta é ao menos repetir as 15 me­­dalhas conquistadas em Pequim.

Sobre os problemas que os atletas enfrentaram com transporte e instalações esportivas, o chefe da missão brasileira, Ber­­nard Rajzma, disse que são parte de grandes eventos. "Aqui foi um pouco mais que o normal, mas esse tipo de coisa acontece sempre. O que compensou foi o estilo dos mexicanos, que é muito parecido com o brasileiro, de sempre dar uma ajeitada", disse.

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