Sob o olhar de Luisão, Chiellini disputa a bola com Gilberto Silva. Camisa 8 da seleção recomenda cautela contra a África do Sul| Foto: Robert Schmidt/Reuters

Pressionado, Lippi diz que não abre mão dos veteranos campeões em 2006

Pretória

Folhapress e Agência Estado

O técnico da Itália, Marcello Lippi, estava cabisbaixo após a derrota para o Brasil. Ouviu nos corredores que davam acesso à sala de imprensa do Estádio Loftus Versfeld, em Pretória, que havia se tornado "prisioneiro dos heróis de Berlim".

De fato, ele confiou e insistiu nos jogadores que conquistaram o tetracampeonato mundial para o país três anos atrás, na Alemanha. Alguns heróis de 2006, como o zagueiro Cannavaro, o volante Pirlo e o atacante Luca Toni, foram à África em condições físicas precárias. "Estou convicto de que o projeto continua. Meus planos não vão se alterar. Me sinto entristecido. Não era a imagem que queríamos mostrar da Itália", afirmou o treinador que, desde que assumiu a Azzurra, após o fracasso na Euro-2008, tem sofrido pressão para renovar a seleção. "Os jogadores que vimos hoje (ontem) são os melhores da Itália, e não vou substituí-los", emendou o treinador, que ganhou o apoio incondicional de Giancarlo Abete, presidente da Federação Italiana de Futebol. "Não é o fim do mundo. É melhor que isso aconteça agora do que na Copa do Mundo", ressaltou ele.

CARREGANDO :)

Pretória - Os resultados na Copa das Confederações são tão precários quanto o seu inglês, que virou hit na internet. Assim, aos trancos e barrancos, o técnico Joel Santana vai sobrevivendo a um dos mais instáveis empregos no futebol mundial. O brasileiro é o nono treinador da seleção sul-africana apenas nesta década, o que dá uma média de um por ano.

Publicidade

Ao colocar o time nas semifinais do torneio, quando vai enfrentar o Brasil, ele ganha fôlego para seguir até a Copa de 2010, o que faz dele uma exceção no cargo – ficará então pelo menos dois anos e três meses.

Mas os torcedores sul-africanos estão longe de ter um time que empolga. Desde que a Copa das Confederações passou a ter oito seleções divididas em dois grupos, na edição de 1997, na Arábia Saudita, a África do Sul é o segundo semifinalista com pior campanha na fase de classificação (só os Estados Unidos, também no atual torneio, têm pior desempenho). Ou seja: em um hipotético torneio entre essas seleções, a África do Sul seria a 23ª colocada entre os 24 participantes.

O time somou só quatro pontos em nove disputados. Seu ataque foi pífio – marcou só dois gols, ambos contra a frágil Nova Zelândia. Mas Joel Santana estava eufórico após a derrota para a Espanha, sábado.

"É um fantástico acontecimento para a África do Sul, e muito importante para a nossa preparação para a Copa do Mundo. Ficaremos mais tempos juntos e isso será crucial", disse Joel, que foi treinador de Dunga e seu auxiliar Jorginho quando esses eram jogadores.

Na seleção brasileira, o poderio do rival por uma vaga na decisão da Copa das Confederações divide opiniões. "Eles jogam sem responsabilidade. Não têm nada a perder, mas nós temos muito. E, quando isso acontece, o jogo fica mais difícil", declarou o volante Gilberto Silva.

Publicidade

Já o atacante Luís Fabiano, o herói do jogo de ontem contra a Itália, não se assusta com os anfitriões da Copa das Confederações. "Acho que as surpresas que tinham que acontecer já aconteceram. A tendência é que Brasil e Espanha decidam a competição (que acontece no próximo domingo)", disse, esbanjando confiança, o camisa 9 da seleção.