"A Paralimpíada está voltando para casa". Uma das frases mais ouvidas em Londres nos últimos dias não é dita à toa. Hoje, quatro chamas vindas dos países que formam o Reino Unido (Inglaterra, Irlanda do Norte, Escócia e País de Gales) vão se unir para acender uma única tocha paralímpica e a disputa esportiva realizará uma viagem no tempo.
O revezamento de 24 horas de um dos principais símbolos dos Jogos vai começar em Stoke Mandeville. A pequena vila do Sudeste da Inglaterra carrega um significado histórico. Ali, em 1948, foi realizada a primeira competição voltada para pessoas com deficiência.
Os participantes eram combatentes que voltavam da Segunda Guerra Mundial com lesões severas na medula e alguns esportes praticados foram o tiro com arco e o netball (prática parecida com o basquete, mas sem as tabelas).
Quem organizou a competição foi o médico alemão Ludwig Guttman, que no hospital da vila iniciou um processo de recuperação dos pacientes baseado em atividades esportivas. A iniciativa serviu para dar início ao movimento paralímpico, que teve os primeiros Jogos oficializados em 1960, em Roma, na Itália.
Londres será a 14.ª edição da disputa entre os paratletas. Em 2012, além de marcar o "nascimento" oficial da pira paralímpica, a pequena vila foi homenageada ao ser a inspiração para a escolha do nome do mascote oficial dos Jogos Paralímpicos: Mandeville.
"Todos nós temos esse sentimento de que estamos reencontrando a origem de tudo. O movimento paralímpico nasceu em 1948 e, agora, os britânicos vão poder apreciar isso de perto", declarou o presidente do Comitê Organizador de Londres 2012 (Locog), Sebastian Coe.
Até a chegada ao Estádio Olímpico para a cerimônia de abertura da Paralimpíada, marcada para amanhã às 16h30, a tocha passará por 580 pessoas. Dois atletas brasileiros foram escolhidos para participar do revezamento: o nadador Clodoaldo Silva e a corredora Ádria Santos que, juntos, conquistaram 27 medalhas em Paralimpíadas.
A grande maioria dos outros condutores é britânica todos com a expectativa de que o país continue entre as principais potências dos Jogos. Berço do esporte paralímpico, a Grã-Bretanha se consolidou na vice-liderança do quadro de medalhas, resultado obtido em 2000, 2004 e 2008. Apesar de competirem diante da torcida, a meta em Londres é continuar em segundo, já que superar a China (vencedora nas duas últimas Paralimpíadas) ainda parece improvável.
"Eles [chineses] são favoritos ao ouro, mas um desempenho de sucesso dos britânicos em Londres é fundamental para o público ser ainda mais incentivado a acompanhar estes heróis competindo", ressaltou o presidente do Comitê Paralímpico Internacional, Philip Craven. *O jornalista viaja a convite do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB)
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