Enfim, um suspiro verdadeiramente aliviado na Vila Capanema. O mísero risco mantido pela matemática foi ignorado e o Tricolor festejou a permanência na Série B após a vitória por 1 a 0 sobre a Ponte Preta, em casa. O alívio definitivo ainda dependia do resultado entre Criciúma e Gama, jogo realizado ontem à noite, após o fechamento desta edição. Mas o fantasma estava mesmo virtualmente exorcizado.
O gol de Éder, aos 42 do segundo tempo, serviu não apenas para garantir a chegada aos 46 pontos, mas também para amenizar a atuação sonolenta do Paraná, as cobranças da torcida e as críticas ao técnico Paulo Comelli. Foi, sim, a redenção da temporada e a renovação do sonho paranista de voltar à elite em 2009.
"Atacante vive de gols. Eu não estava fazendo uma boa partida, mas consegui pegar bem na bola e marcar. O Paraná já estava trabalhando forte e unido para definir a situação e merecia isso. Estou feliz por ter ajudado o clube a começar uma nova fase", declarou Éder. O jogador calou a torcida que havia chamado o treinador de burro por colocá-lo no lugar de Pimpão no segundo tempo.
Sem a sombra da Terceirona, o clima foi de festa. "Diante de todas as dificuldades, foi como um título", afirmou Comelli. "Pode até não ser muito, mas ao menos podemos continuar com a condição de subir no próximo ano", comemorou o diretor de futebol Paulo Welter.
O ambiente teve espaço também ao desabafo. "Fiz tudo que podia por esse clube. E mesmo assim algumas pessoas me chamaram do ladrão após o jogo contra o São Caetano (derrota por 3 a 2). O clube não gasta um centavo comigo. Pago as minhas próprias despesas para deixar minha família e viajar de ônibus por 8, 10 horas", afirmou o dirigente, que aponta como urgente a renovação do contrato de Comelli.
"Quem mais livraria o Paraná do rebaixamento? Essa comissão é muito correta, sabe o que faz. Devo muito a essa gente e a permanência deles é um problema sério que pretendo resolver", disse.
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Em Curitiba
Paraná
Mauro; Murilo (André Luiz), Daniel Marques, Fabrício e Rogerinho; Agenor, Vágner, Kléber e Giuliano (Rômulo); Ricardinho e Rodrigo Pimpão (Éder). Técnico: Paulo Comelli.
Ponte Preta
Aranha; Eduardo Arroz, Bonfim, Marinho e Vicente; Ricardo Conceição, Deda, Renato (Fabinho) e André (Danilo Neto); Neto (Marcelo) e Leandrinho. Técnico: Vágner Benazzi.
Estádio: Vila Capanema. Árbitro: Célio Amorim (SC). Gol: Éder (P), aos 42/2º. Amarelos: Kléber (P); Neto e Eduardo Arroz (PP). Público: 4.999 pagantes (5.321 total). Renda: R$ 110.870,00.