A combinação de um estádio lotado de torcedores adversários com a interrupção de uma série de três vitórias no Brasileiro não foi suficiente para fazer a diretoria do Paraná se arrepender de mandar quatro jogos contra equipes paulistas em Maringá, no norte do estado. A série foi aberta no sábado, com a derrota por 3 a 2 para o Corinthians, e segue nos meses de agosto e setembro, com duelos contra São Paulo, Palmeiras e Santos. O saldo será uma incremento de aproximadamente R$ 800 mil na receita do clube.
Para o presidente paranista, José Carlos de Miranda, não houve influência do público no resultado diante do Timão. Apesar de ser o mandante, os tricolores não tiveram o apoio do torcedor.
"Não perdemos por causa do estádio e sim por causa do jogo, que foi normal. Não ouve influência da torcida, nossos jogadores estão acostumados com grandes públicos. Se for esse o percentual de torcida (nos próximos encontros em Maringá), não vai nos prejudicar. Se torcida ganhasse jogo, o Bahia não estaria na Segunda Divisão", justificou.
O dirigente descartou qualquer possibilidade de mudar de idéia sobre os próximos jogos agendados para o interior do estado. Por causa da derrota, chegou a se comentar nos bastidores que as outras partidas seriam marcadas novamente para o Pinheirão.
"Está sendo um bom negócio para nós. Quando assinamos um documento, cumprimos. Isto já está definido desde antes do campeonato e não sei porque vocês (jornalistas) estão tão preocupados com isso", questionou.
A mudança dos quatro compromissos para o Willie Davids é defendida até pelo técnico Lori Sandri. Apesar do prejuízo técnico em jogar fora de Curitiba , o treinador admite que outros problemas são evitados com o lucro dessas partidas.
"Nossa torcida não estava comparecendo em bom número antes do jogo contra o Figueirense. A diretoria fez bem em trazer estes jogos para cá e nós assumimos isso também. Assim, não deixamos que problemas de salários atrasados nos atrapalhem. Com tudo em dia, podemos vencer em qualquer lugar", afirmou.
O comandante tricolor ainda explicou que as viagens forçadas servem para o grupo se concentrar em futuros jogos com o torcedor contra. "Temos que jogar contra o São Paulo no Morumbi, o Cruzeiro no Mineirão e são jogos que a torcida também estará contra. Quem não souber enfrentar isso não pode atuar no Paraná", declarou.