Entrevista
Técnico admite que perdeu ao deixar o Paraná
Roberto Cavalo, treinador.
Substituto de Marcelo Oliveira, Roberto Cavalo retornou essa semana ao Paraná nove meses após se desligar do clube. Em entrevista, ele explica o motivo da mudança no esquema tático do 4-4-2 para o 4-3-3 e diz o que poderia ter feito pelo clube se não tivesse saído.
Por que da opção por um esquema tático mais ofensivo?
Pela própria disputa do campeonato, que exige essa postura. O Corinthians e o Fluminense [líderes da Série A], estão jogando assim e tendo bom aproveitamento. A minha ideia é jogarmos assim dentro e fora de casa, segurando mais os volantes e liberando um dos laterais.
Na última partida, o volante Luiz Camargo se negou a viajar com o grupo por se desentender com o então técnico Marcelo Oliveira ao saber que iria para o banco. Agora você o escala de titular. Por que essa opção?
Ano passado ele me ajudou muito aqui. Conheço bem o Camargo. Além do que, ele está descansado, já que não jogou a última, e com vontade.
Esta semana você trouxe dois juniores para treinar com o profissional já pensando na formatação do elenco de 2011. Além de tirar a equipe dessa situação difícil na Série B, quais seus objetivos no clube?
Penso em ficar no ano que vem, ao contrário do ano passado [o técnico se desligou da equipe no fim do ano por divergências salarais]. Eu e o Paraná perdemos com isso.
O que seria diferente se você tivesse ficado?
Eu teria aproveitado mais os jogadores da base, talvez sem precisar fazer tantas contratações.
A estreia do técnico Roberto Cavalo à frente do Paraná, hoje, às 21 horas, na Vila Capanema, marca o início de uma competição particular para o clube. Perto da zona de rebaixamento, o time encara um adversário direto, que, coincidentemente, faz campanha exatamente igual à do Tricolor. Ambas as equipes conquistaram 32 pontos, em 9 vitórias, 5 empates e 12 derrotas; com 34 gols a favor e 37 contra.
Apresentado ao grupo na terça-feira, Cavalo conversou muito com os jogadores durante a semana para estimulá-los e apagar de vez a goleada sofrida por 6 a 1 para a Portuguesa na última partida. Nos treinos, a mudança de ânimo é perceptível. Mas o técnico bem sabe que todo o trabalho psicológico pode ir por água abaixo se a equipe não tiver um bom resultado em campo.
"Eu senti o grupo mais feliz. Realmente está tudo bonito, tudo bem, mas temos de ver nos 90 minutos. Passei tranquilidade aos jogadores, mas também vou cobrar", afirma o treinador.
Para tentar mudar a colocação na tabela, Cavalo optou por mudar o esquema tático do 4-4-2 para o 4-3-3. Ele treinou a equipe assim no coletivo de quinta-feira e ontem confirmou a entrada do volante Luiz Camargo no lugar de Serginho Catarinense. Além disso, Lima formará o trio de ataque junto com Anderson Aquino e Rodrigo Pimpão.
"O fato de jogarmos mais ofensivos não significa que vamos bobear na marcação. Quero exigir mais da marcação para não repetir o que houve contra a Portuguesa", diz o técnico.
Sem a trinca de zagueiros à sua frente, o goleiro Juninho afirma que terá que adaptar um pouco seu estilo de jogo ao sistema 4-3-3. "Como vou jogar mais adiantado, quase como um líbero, vou ter de estar mais atento, mais concentrado", aponta o guarda-metas.
Sobre as mudanças pelas quais o clube passou nesta semana além da chegada de Cavalo, o Paraná apresentou um novo diretor, o assessor de futebol Paulo César Silva, e anunciou duas promoções de ingressos para a partida de hoje , Juninho diz que com esse apoio a equipe tem tudo para sair da situação incômoda.
"A gente fica até um pouco assustado pelo fato de o clube ter saído dos holofotes após a Copa [antes da parada do Mundial o Paraná chegou a liderar a Série B]. Mas temos de reverter isso, até porque foram poucos jogadores que saíram nesse período", afirma o goleiro.
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