Na última derrota do Paraná para o Rio Branco, foi difícil encontrar algum destaque positivo na equipe tricolor. Mas, em meio à atuação ruim do time, o jovem atacante Néverton, de 18 anos, conseguiu se salvar. O garoto, vindo das categorias da base, estreou no profissional, se movimentou bastante e ajudou na criação de algumas jogadas perigosas.
Nos dias posteriores ao jogo, no entanto, alguns termos para se referir ao atleta como "revelação", "joia rara" e "salvação" foram proibidos no clube. Néverton não foi colocado para conceder entrevistas coletivas e também deve ser usado aos poucos no time principal. O objetivo é blindar ao máximo o jogador.
A cautela é compreensível diante do recente caso envolvendo outro jovem atacante, Kelvin, que apresentou boas atuações na reta final da Série B de 2010, mas, na atual temporada, ainda não se reapresentou na Vila Capanema. Ele briga na Justiça para se transferir do clube com a ajuda de um grupo de investidores.
Néverton assinou contrato com o Paraná no fim do ano passado. O compromisso tem duração de cinco anos, vigência máxima permitida pela legislação. "Não conseguimos colocar os garotos de 16, 17 anos com salários acima de R$ 10 mil para segurá-los de qualquer jeito, mas, da maneira que podemos, estamos tendo este cuidado [de preservar os jovens]. Tomara que tenhamos bons atletas revelados e que possam ser muito úteis ao clube", diz o presidente do clube, Aquilino Romani.
Se, fora de campo, os dirigentes se preocupam com a blindagem, dentro das quatro linhas Néverton se concentra apenas em jogar e "partir pra cima", como gosta de dizer. Nos treinos, é comum ver o atleta tentando aprimorar os dribles, principalmente as pedaladas. Outra característica marcante no jovem é a velocidade.
Para o clássico de domingo contra o Coritiba, Néverton deve ser uma das opções do técnico Roberto Cavalo no banco de reservas. "É um jogador de muita dinâmica, mas é garoto e tem que ir entrando aos poucos. Na última partida, foi um jogador que correu e tentou jogadas individuais. Ele tem muito para evoluir e ainda vai ajudar bastante o Paraná", analisa Cavalo.
O treinador revela que já acompanhava o jogador na equipe sub-18, mas avisa que não há pressa em transformá-lo em salvação. "Existe cautela. Se você coloca um garoto para ser o responsável por uma vitória e isso não acontece, o cara vai por água abaixo, mas com ele [Néverton] não vai ser assim. Temos conversado muito com o garoto.éÉ um caso que está sendo trabalhado", garante o comandante tricolor.
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