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Adversário - Velocidade contra a tensão

A tensão toma conta do Santos diante do risco de fracassar na terceira tentativa seguida de classificação para a Libertadores de 2008, hoje às 18h10, contra o desesperado Paraná. Vanderlei Luxemburgo jamais imaginou que, após dar mostras de recuperação no returno, o time fosse chegar à penúltima rodada precisando do resultado.

As duas semanas sem jogos só pioraram o ambiente entre os jogadores, depois do empate por 2 a 2 com o Atlético-MG, na Vila Belmiro, e da derrota por 1 a 0 diante do Flamengo, concorrente direto por vaga na Libertadores, no Maracanã. O medo se justifica porque, com uma derrota e dependendo dos resultados de Palmeiras, Flamengo e Cruzeiro, a equipe pode sair do G-4. Se isso acontecer, na última rodada, contra o Fluminense, na Vila, nem a vitória é garantia de classificação, porque pelo menos um dos clubes que estiverem à sua frente ainda precisaria tropeçar.

"Como ao Paraná só a vitória interessa, ele vai ter que sair para o jogo e nos dar a chance do contra-ataque. E o melhor nessa situação é a velocidade", disse o técnico.

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"Temos de jogar o pepino para eles." A declaração do técnico Saulo de Freitas dá bem a dimensão da situação na qual o Paraná entra em campo neste domingo para enfrentar o Santos, às 18h10, na Vila Capanema. Eles, no caso, são Goiás, Corinthians e Náutico, concorrentes diretos do Tricolor na luta contra o rebaixamento, que ganharam da CBF a vantagem de ir a campo apenas na quarta-feira.

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Depois de ver a entidade simplesmente ignorar a solicitação para que o jogo fosse transferido para a mesma data dos adversários, restou ao Paraná tentar tirar proveito da tabela "vencendo e passando a responsabilidade", de acordo com Saulo.

O tal pepino ficará nas mãos dos outros caso o Paraná bata o Peixe e chegue aos 44 pontos, dois a mais do que o representante do Centro-Oeste (que vai até Belo Horizonte enfrentar o Atlético-MG), um a mais do que o Timão (recebe o Vasco) e dois a menos do que o ainda ameaçado Timbu (pega o Figueirense, em Florianópolis). Então bastaria torcer para que os dois primeiros não ganhem no meio de semana para chegar à última rodada fora do grupo de risco.

Em caso de empate ou derrota, porém, os tricolores terão três angustiantes dias pela frente antes de sentarem à frente da televisão para secar desesperadamente goianos e paulistas. Afinal, bastaria a vitória de qualquer um deles para que o rebaixamento fosse decretado com uma rodada de antecedência.

Uma angústia, aliás, que já dura duas semanas. Desde que o time perdeu para o Botafogo e deixou escapar a chance de respirar aliviado, como admitiu o lateral-esquerdo Paulo Rodrigues. "Por nós, a próxima partida deveria ter acontecido logo em seguida. Estamos muito confiantes em reverter esse quadro."

Na ocasião, o empate entre Goiás e Corinthians, que jogaram um dia depois, foi fundamental para manter as chances paranistas. "Até ficamos meio abalados por causa do nosso resultado, mas torcemos e deu certo. Só que agora não podemos deixar de fazer a nossa parte", alertou o atacante Josiel.

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A proximidade da queda para a Série B fez inclusive os jogadores, enfim, perceberem que a história de "jogo da vida" não pode ficar apenas no discurso. "Sempre falávamos que todas as partidas eram importantes, mas sabíamos que havia tempo para recuperar. Agora é a última chance. Se tropeçarmos, não teremos tempo para levantar", discursou o goleiro Gabriel.

Até o treinador, que não gosta de mexer na equipe, tomou uma atitude mais drástica. "Dei várias partidas para o Róbson e o Batista, mas não fizeram nenhum gol e também não deixaram os atacantes na cara do goleiro nenhuma vez", disse Saulo, explicando porque o primeiro meia perdeu a vaga para o jovem Giuliano e o segundo tende a ser substituído pelo atacante Lima, com Vandinho sendo recuado para o setor de armação – outras dúvidas são entre os zagueiros Daniel Marques e Toninho, para saber quem substitui o suspenso Nem, e os volantes Goiano, que se recupera de lesão, e Adriano.

"Mas seja quem for escalado, tem de saber que há muita coisa em jogo para o clube", acrescentou o técnico, que não pretende ver o Paraná com o pepinão de disputar a Série B em 2008.