O empresário Naor Malaquias é o personagem central na decisão de passar para o Couto Pereira o jogo entre Paraná e Atlético-MG, na quarta-feira (24), pela Copa do Brasil. Quando o Tricolor precisou de dinheiro na metade do mês, ele contribuiu envolvendo esta partida no negócio, porém se dispondo a repassar todo o lucro para o departamento de futebol. Mas por quê?
Malaquias conta que desde pequeno, quando veio de Cascavel, começou a torcer para o Pinheiros, por influência do ex-jogador Dionísio Filho, e assim acabou se tornando paranista. Em entrevista exclusiva, após a coletiva desta segunda-feira (22), ele contou que pretende ganhar com o jogo no Couto, mas há longo prazo.
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Por que você fez essa aposta financeira?
Eu sou agente de jogadores desde 2005, oficial pela CBF. E sempre atuei junto aos clubes de Curitiba. Mas o Paraná, por ter o coração envolvido, nunca tive feito nada até o ano passado, quando trouxemos o Nadson. Sempre estive ligado muito ao Coritiba, como na transferência do Rafinha, Keirrisson, Henrique e Pedro Ken. Hoje tenho jogadores lá e em outros clubes.
A minha ideia, é resgatar um pouquinho do Paraná do passado, do time da década de 90, 2000, e da torcida também que está um pouquinho em casa, devido a tudo que tem acontecido com o Paraná nos últimos anos. Eu como intermediário, pessoa que trabalha com futebol, estou muito feliz de estar fazendo isso. Um outro parceiro meu, paranista dono da KE representações, Kelson Saçaki, está junto comigo nessa. Estamos esperançosos que além de um bom jogo, teremos um bom público.
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Você continua trabalhando como agente?
Sim. Eu estou trabalhando mais com clubes. Eu tenho mais jogadores de base, tanto no Coritiba quanto no Paraná. É difícil eu pegar um atleta que esteja maturado. Procuro trabalhar com eles desde pequeno para que eu possa molda-los de acordo com que o mercado exige na Europa. Isso deu certo no passado com alguns e acho que vai dar certo no futuro com os que eu estou trabalhando hoje. As bases do Paraná e do Coritiba estão fazendo um trabalho excelente.
Como foi o acordo com o Coriitba para utilizar o Couto sem aluguel?
O Paraná tinha dois créditos de alugueis com o Coritiba. Eles fizeram uma troca, as duas diretorias se dão muito bem, eu participei de algumas reuniões. O atendimento do Coritiba foi algo excepcional. O aluguel em si não existe, mas existem despesas e muitas, como segurança. Tem um monte de coisa e a gente está colaborando com o Paraná nisso.
O que você vai ganhar com todo este trabalho?
Eu me comprometi dessa forma porque eu trabalho com futebol. Se eu puder trazer um jogador para o Paraná que dê resultado dentro de campo, consequentemente ele vai dar resultado fora de campo. É uma consequência lógica. Se esse lucro [do jogo no Couto] for revertido para trazer reforços, se estes jogadores forem bem aqui, existe a possibilidade de uma transferência. E também, se o Paraná subir para a Primeira Divisão, o que eu acredito que vai acontecer este ano, vai ser muito melhor de trabalhar do que na situação que está hoje. Como agente eu vislumbro uma coisa bem mais futurista do que apenas este jogo de futebol.
Te preocupa um possível prejuízo?
Não. A previsão do tempo está boa, os dois times são bons, estamos promovendo, a imprensa está ajudando, estamos fazendo parcerias. Eu não consigo ver uma forma deste estádio não estar lotado na quarta-feira. Eu estou fazendo de tudo para que tenhamos um bom espetáculo na quarta-feira. Eu e o Kelson estamos fazendo a nossa parte e esperamos que os paranistas façam a deles. Eu acredito que não haverá prejuízo, mas se houver faz parte.
Pode ser um problema o jogo ser mais no final do mês, quando as pessoas estão mais sem dinheiro?
Até esqueci de falar na coletiva, mas espalhe isso. Pela primeira vez o Paraná está vendendo pela internet um jogo, o Futebol Card. E lá você consegue comprar com o cartão de crédito e pode jogar para o mês que vem. Não tem desculpa. Final do mês, está sem dinheiro, joga no cartão, pega o cartão de um amigo, o que for.
Você pode dizer o quanto já investiu?
Não posso. Tem cláusula de confidencialidade no contrato com o Paraná.
Fala-se em R$ 200 mil...
É mais que isso.