O técnico Lisca foi demitido na manhã do último sábado (2), após uma briga com a comissão técnica que chegou até acontecer agressão física. Por 46 dias, Lisca comandou o Paraná Clube , de 18 de julho ao dia 2 de setembro, período em que o time disputou oito jogos (sete pela Série B e um pela Primeira Liga). Mas mais do que pelo bom desempenho dentro de campo, a relação de Lisca com a torcida também vinha em momentos fora de campo, o treinador logo caiu nas graças dos torcedores. Relembre os principais momentos da passagem de Lisca pelo Tricolor.
18 de julho – Lisca é anunciado
Após a demissão de Cristian de Souza em 14 de julho, depois da derrota fora de casa para o Oeste, o Paraná jogaria em casa diante do Brasil de Pelotas. Durante os poucos dias entre as partidas, rumores que Lisca ‘Doido’ assumiria o comando técnico surgiram. O novo treinador chegou a assistir a partida no estádio e depois da vitória o presidente Leonardo Oliveira confirmou a contratação do técnico. Lisca chegou a dizer que já estaria arrumando o time nessa partida, inclusive.
19 de julho – Apresentação Oficial
Logo na apresentação oficial Lisca mostrou logo qual era o seu plano: estar próximo ao G4 nas oito rodadas finais da competição. Com frases de efeito, tentava tranquilizar o mau momento da equipe, focando em estar bem no segundo turno da competição.
29 de julho – Primeira partida em casa
Depois da estreia no comando do Tricolor fora de casa (empate contra o Luverdense na 16ª rodada), Lisca queria reunir seu bom histórico de mandante com a boa temporada do Paraná na Vila Capanema. Dito e feito: a goleada por 4 a 0 no Santa Cruz animou todos os presentes, que era o maior público da equipe na competição até então (11.638 total).
1º de agosto – ‘Lua de Mel’
Com mais uma goleada em casa, dessa vez sobre o CRB por 4 a 1, Lisca fez a festa com jogadores e a torcida depois do apito final. A relação entre o treinador e os torcedores estreitava ainda mais.
12 de agosto – A carona da torcida
O Paraná recebeu o ABC na Vila e saiu com a vitória. Após o jogo, Lisca pediu um carro no aplicativo Uber para voltar para casa, mas com a demora em chegar, alguns torcedores passaram pela porta do estádio onde o treinador estava e ofereceram uma carona para ele. Lisca aceitou a carona e gerou um dos momentos mais inusitados de sua passagem pelo Tricolor. Descontraído, o treinador chegou a declarar, alguns dias depois, que alugaria um carro para andar por Curitiba.
23 de agosto – As promessas de Lisca
Bem-humorado, o técnico fez duas promessas no caso de acesso do Tricolor para a Série A: se fantasiaria de Gralha, mascote oficial do clube que aparece nos jogos na Vila Capanema, e pularia no Rio Belém. As promessas pegaram tanto que diversos torcedores não só prometeram pular juntos, como fizeram outras promessas ainda mais absurdas. Até evento para o banho no Rio Belém foi criado no Facebook.
25 de agosto – “Não me chamem mais de Doido”
Mesmo a vitória com um adversário direto na briga pelo acesso (2 a 0 sobre o Juventude), acalmou os ânimos de Lisca. Na coletiva após o jogo, o treinador desabafou pela repercussão e comentários da sua promessa de pular no Rio Belém. “Fui entrar na brincadeira, ser simpático para escutar um monte de coisa. Eu vejo jogador se apresentar, sorrir, brincar e ninguém é doido. Brincadeira é brincadeira, agora do Lisca sempre é doidera” disse à época. Para então completar o pedido “Vou pedir para todos: não me chamem mais de doido. Por favor! Isto está me atrapalhando”.
1º de setembro – Críticas
O Paraná havia passado pelo Flamengo nas quartas de final, jogo em que a diretoria do clube havia dado autorização para utilizar força máxima, ou seja, não poupar ninguém por conta da Série B. Com o bom resultado, logo reconfirmaram a mesma estratégia para a semifinal: utilizar o que o Tricolor tinha de melhor. Na entrevista coletiva antes do confronto contra o Atlético-MG, Lisca reclamou do pouco tempo de preparo entre uma partida e outra e chegou a indicar que pouparia jogadores por conta do cansaço.
2 de setembro – Demissão
Ainda na manhã do dia 2 de setembro, um sábado, o Paraná solta nota oficial em seu Facebook, onde confirma a demissão do técnico, horas antes da partida contra o Galo. No comunicado, o clube disse que esclareceria a situação na segunda-feira (4 de setembro), porém diante das notícias que saíram ao longo do dia, o presidente Leonardo Oliveira concedeu entrevista coletiva após o jogo e confirmou que uma agressão aconteceu por parte de Lisca.
3 de setembro - A versão de Lisca
Lisca nega agressão ao auxiliar Matheus Costa e diz que houve desentendimento porque o integrante da comissão estava ministrando um treinamento com os jogadores sem o conhecimento dele.
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