O investidor russo por trás da parceria de três anos com o Paraná tem experiência com futebol — uma delas totalmente fracassada — e um quê de milionário excêntrico.
Roman Dubov, de 45 anos, é banqueiro na Inglaterra, já venceu duas vezes o campeonato soviético de xadrez e joga hóquei sobre o gelo nas horas vagas. Ele também diz que esporte é seu 'estilo de vida' e que prefere dirigir automóveis das marcas Range Rover e Jaguar, ambas britânicas. Pessoalmente, cita que conquistou "vitórias históricas" sobre Estônia, Cuba e Armênia em 2010, no campeonato mundial de... dominó!
Todas essas informações, bem como uma breve biografia, estão no site pessoal do dono da Total Sports Investment (TSI), empresa que virou a principal esperança do torcedor paranista para mudar os rumos do clube.
Já no Linkedin, rede social voltada para negócios, Dubov se define como um "profissional de gerenciamento voltado à execução com experiência comprovada em simplificar as operações, garantindo eficiência ideal e maximizando a lucratividade".
No complemento da descrição, o magnata russo afirma que é um "líder comprovado com pontos fortes na indústria do esporte, finanças corporativas, aumento de capital, marketing, branding, vendas, planejamento estratégico, melhoria de desempenho e gerenciamento de projetos".
Nascido na Hungria, Dubov descreve seu dia típico no trabalho como uma corrida, respondendo muitos e-mails e fazendo diversas conferências. "Quando dou tarefas para meus empregados eles às vezes me perguntam qual é a data limite para completá-las. Minhas respostas são provavelmente a única constante durante o dia, é sempre: 'Pra ontem'".
Experiência e futebol
Filho de um oficial militar russo, Roman Dubov morou em diversas cidades da União Soviética durante a infância. Estudou sempre em escolas militares e se formou com honras engenheiro mecânico e intérprete militar (alemão) em 1995, no Instituto Militar de Moscou.
Depois da graduação, cumpriu os dois anos de serviço obrigatório no Exército. Em 1997, retornou à universidade para estudar direito internacional.
Dubov não detalha como começou suas empresas, todas baseadas no Reino Unido, apenas diz que esteve ativamente envolvido em negócios na Europa e Ásia nos últimos 15 anos, obtendo sucesso em gerenciamento de crises e finalizando mais de 50 fusões e aquisições de empresas. Também cita experiência em investimento estrangeiro e que já trabalhou com jogadores de futebol ucranianos e russos, além de equipes de Fórmula 1 e rally.
"Estou ativamente envolvido na gestão de ativos esportivos e consultoria esportiva, que se tornou uma prioridade recentemente. No momento, consultamos vários clubes de futebol e hóquei no gelo em termos de administração", revela o presidente da TSI.
Pafos FC, do Chipre, e Riga FC, da Letônia, Teungueth FC, do Senegal, são os três clubes atualmente ligados à empresa.
Dubov, no entanto, omite de seu Linkedin a passagem na gestão do Portsmouth, da Inglaterra. Ele atuou como diretor executivo do clube e da empresa que comprou as ações do Pompey em junho de 2011, a Convers Sports Initiatives (CSI).
O time da cidade portuária, então na segunda divisão, entrou em colapso em novembro daquele ano quando seu dono, o magnata russo Vladimir Antonov, foi preso acusado de fraude bancária na Lituânia. A equipe acabou rebaixada naquela temporada e nunca mais se recuperou.
Negócios e vida pessoal
Entre as empresas que Dubov comanda, a mais antiga chama-se Workforce Bank Limited. Criado em 2003, o banco "representa interesses de empresas da Europa Oriental, promovendo suas marcas e serviços no Reino Unido e União Europeia", e tem bancos e empresas financeiras como clientes, além de clubes de futebol e redes de supermercados.
A Gator Sports, fundada em 2009, em Londres, trabalha importação de mercadorias, licenciamento e programas de merchadising para empresas internacionais. Já venceu licitações para representar o clube Spartak Moscou, Glory (campeonato de lutas) e Box Nation (canal de televisão dedicado ao boxe), por exemplo.
A mais inusitada é a Green Golf Balls, que recupera bolas de golfe perdidas em lagos desde 2009 e as revende em todo o Reino Unido e Europa. Dubov também investe no ramo imobiliário e em tecnologia, com destaque no desenvolvimento de aplicativos para celular.
Ele também dedica seu tempo a desenvolver um programa social que foca no recomeço da vida de ex-atletas do Leste europeu.
Casado e pai de dois meninos e uma menina, o russo conta que uma de suas frases favoritas diz respeito a como reagir aos obstáculos que aparecem pela frente: "Quem realmente quer algo encontrará, quem não quer encontrará desculpas".
"Acredito que essa é a fundação da vida, não há espaço para desistir. É melhor tentar, falhar e se arrepender do que nunca fazer algo e se arrepender".
Além da paixão por hóquei, seu esporte de infância, Dubov garante que é um grande entusiasta de futebol. Ele já assistiu in loco duas Copas do Mundo, três Euros, quatro finais de Liga dos Campeões e três da Europa League.
O hobby do magnata, no entanto, é outro. "Amo cozinhar em casa com meu filho mais velho, sempre tentamos fazer algo exótico que provamos nas férias", diz.
Em 2018, no entanto, Dubov foi parar nas manchetes por outro motivo: bater o carro em uma cidade perto de Londres. No hospital, um exame de sangue não autorizado constatou que ele tinha o dobro do limite legal de álcool no sangue. O caso está na Justiça.
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