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Repórter Manoel Fernandes, um dos grandes nomes do rádio paranaense, nunca escondeu a paixão pelo Paraná Clube. | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Repórter Manoel Fernandes, um dos grandes nomes do rádio paranaense, nunca escondeu a paixão pelo Paraná Clube.| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

A festa do acesso do Paraná Clube com o Boa Esporte, sábado (25), às 17h30, no Couto Pereira, não marcará apenas a despedida do ídolo Marcos. Outra lenda do futebol paranaense, só que do lado de fora das quatro linhas, também irá largar o bastão. Se você ouve transmissões esportivas em Curitiba, certamente já escutou o radialista Manoel Fernandes Alves, popularmente conhecido como Maneco.

Jogadores aplaudem Maneco: despedida em grande estilo.Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Aos 72 anos, ele irá ‘pendurar os microfones’ depois de 43 anos de carreira com passagens por 13 emissoras nas ondas do rádio esportivo. Histórias não faltam na vida do repórter de campo da CBN AM 670 que se dedicou ao rádio esportivo e, em especial, a paixão pelo Tricolor. Viagens para todos os cantos do Brasil, coberturas históricas e até participação em gol importante do Paraná ilustram a carreira do ‘corneteiro’ Maneco. Ele promete encerrar a carreira trabalhando com a camisa do Paraná.

“É um sentimento inexplicável parar. Ainda não caiu a ficha. Mas eu tinha esperança de me aposentar deixando o Paraná na Primeira Divisão. É uma missão cumprida. A sensação é que eu joguei junto com eles esse ano”, conta Maneco, que neste ano, foi até punido pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) por comemorar um gol com os jogadores na vitória sobre Criciúma.

“O Maidana fez o gol de cabeça e eu corri para o abraço junto com ele e o Alemão até a torcida. Ficamos nós três ajoelhados. Daí a CBF me puniu”, explica o irreverente repórter. “Esse grupo foi um dos que eu tive mais amizade. Os jogadores brincam muito comigo e gostam de mim. E eu sempre dei os meus conselhos para essa molecada. Para o [Guilherme] Biteco, por exemplo, eu falei esses dias para ele não voltar antes da hora para não agravar a lesão”, acrescenta.

Uma das histórias mais hilárias de sua carreira, foi quando ele abandonou a transmissão para ajudar o Tricolor, em 1997, na campanha do penta Estadual. Maneco estava na beira do campo em Cambará e o Paraná precisava vencer o Matsubara quando os gandulas sumiram com a partida empatada por 0 a 0 nos minutos finais.

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“O Coritiba e o Atlético precisavam que o Paraná não ganhasse. E no final do jogo não tinha mais gandula. Daí eu larguei o microfone e fui correndo buscar as bolas. Então, eu entreguei uma bola para o Ageu, que cobrou o lateral rápido para o Régis. O goleiro lançou e a bola chegou para o Caio Júnior, que fez o gol”, relembra Maneco, com seu bom humor característico.

“Quando voltamos para Curitiba, o Durval Monteiro [seu chefe] me chamou e disse que eu não devia ter feito aquilo. Eu quase fui demitido”, relembra. “Mas eu respondi para ele assim: ‘você não faria isso pelo seu time do coração?’”, complementa.

Conselheiro do Paraná, Maneco cobriu o Pinheiros e acompanhou o nascimento tricolor. Querido por toda a crônica esportiva, Maneco já até escalou os 11 titulares do Paraná. “Uma vez o técnico Otacílio Gonçalves disse que ia colocar em campo o time que eu escalasse. Só que se o time perdesse, eu não poderia mais dar nenhum palpite. Mas ele colocou o time que eu falei e nós ganhamos”.

Jonathan Campos/Gazeta do Povo

A maior tristeza de Maneco é a situação do rádio esportivo atualmente. Depois de vivenciar a época de ouro da ‘latinha’, o radialista faz um desabafo com a queda do número de emissoras que transmitem futebol.

“Eu vejo essa situação com muita tristeza. Eu estou morrendo junto com o rádio AM no Brasil. Mas eu sou um saudosista e ainda acredito nas emissoras. Quem sabe as coisas não melhorem na fusão do FM com o AM. Mas eu estou saindo do rádio, é um trabalho cansativo e desgastante. Irei me dedicar a trabalhos voluntários no Hospital das Clínicas com pacientes de esclerose múltipla”, finaliza Maneco.

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