| Foto: /Gabriel Ferrari / GuaraniPress

Como era esperado e até prometido, o técnico Lisca decidiu processar o Paraná e buscar seus direitos na Justiça do Trabalho. Na ação, no valor de R$ 100 mil, o treinador cobra somente questões salariais e não fala sobre a briga que acarretou em sua demissão.

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Com a saída de Cristian de Souza, demitido pelos maus resultados, o Tricolor foi atrás de Lisca e firmou um acordo de 19 de julho a 30 de novembro de 2017. A primeira reclamação do comandante é em relação ao salário. Verbalmente, a direção e o técnico haviam combinado que a remuneração seria de R$ 35 mil, mais R$ 2,5 mil de auxílio-moradia e premiação por objetivos conquistados.

Quando ele veio a Curitiba para assinar o contrato, o clube manteve o valor, mas mudou a forma de pagamento, alegando que era o único jeito de honrar os compromissos. Assim, o treinador receberia somente R$ 5 mil em carteira e o restante seria através de um “contrato de prestação de serviços de treinador profissional”, que deveria ser feito através de empresa interposta. Essa prática, aliás, é comum no futebol apesar de ser sempre contestada judicialmente posteriormente.

Outro pedido de Lisca é sobre a classificação para as semifinais da Primeira Liga. O Paraná passou nos pênaltis diante do Flamengo, nas quartas de final, e a promessa era de uma premiação de R$ 35 mil, que não foi paga pela direção. O técnico ainda diz que o salário de agosto também não foi depositado, assim como a rescisão contratual. Em todos os casos, ele fala que procurou a diretoria para o acerto, mas não foi atendido.

Briga com Matheus Costa

Na véspera da semifinal da Primeira Liga, contra o Atlético-MG, Lisca acabou sendo demitido pelo Tricolor. O motivo alegado pela diretoria foi de que o treinador agrediu o então auxiliar-técnico Matheus Costa, em “um dia de fúria”, já que ele vinha contestando seguidamente as orientações do clube.

O treinador, em algumas entrevistas, afirmou que “seis pessoas sacanearam ele” e que o Paraná seria cobrado por isso na Justiça. Apesar do discurso, a ação promovida pelo comandante não cita o episódio detalhadamente e fala apenas em “demissão sem justa causa”.

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Procurado, o vice-presidente jurídico do clube, Luiz Ricardo Berleze, disse que o clube ainda não recebeu a ação e, portanto, não poderia se pronunciar. A reportagem apurou que, caso Lisca envolva o mérito da briga na Justiça, o clube possui as filmagens que provam a agressão.

Lisca deixou o Paraná na quinta colocação da Série B e na semifinal da Primeira Liga. Com Matheus Costa, promovido a técnico após a suposta agressão, o Tricolor foi o quarto colocado do Campeonato Brasileiro e conquistou o sonhado acesso à Série A após dez anos.