Um grupo de conselheiros do Paraná iniciou um projeto de reforma da Vila Capanema. A proposta deve ser apresentada na próxima reunião do Conselho Deliberativo. A obra prevê quatro etapas e um valor total de R$ 44 milhões [confira mais imagens do projeto no final do texto].
Estão envolvidos conselheiros como o arquiteto Waldeny Fiuza, sócio proprietário do escritório Dória Lopes Fiuza, responsável pela reforma do estádio antes da reinauguração, em setembro de 2006, além de Renê Bernardi, Aderbal Paulo Filho e o empresário e sócio do clube, Naor Malaquias, criticado pelo presidente Leonardo Oliveira após a derrota contra o Botafogo, na última terça-feira (10).
"Mais um tentando prejudicar o Paraná", disparou Oliveira. "É somente mais um tentando tumultuar o ambiente", reforçou.
Disputa política
A presença de Malaquias, aliás, indica o caráter político que a questão da reforma deve assumir no Tricolor. Criticado por Oliveira após fazer uma proposta, por via judicial, de transferência do jogo de volta contra o Botafogo, pela Copa do Brasil, para o Couto Pereira, o empresário e sócio do clube forma uma espécie de oposição a Oliveira, que deve se acentuar até próxima eleição do Deliberativo, no final deste ano.
O empresário Renê Bernardi, por sua vez, gerenciava a empresa BASE, ex-parceira do Paraná nas categorias de base, em acordo firmado em 2008 e rompido unilateralmente pelo clube em 2014, gerando uma ação judicial da empresa contra o Tricolor na Justiça. Em 2019, o valor da causa estava em R$ 7,7 milhões.
Vale lembrar ainda que um grupo ligado a Oliveira também trabalha com um projeto para a construção de uma nova Vila Capanema, que seria avaliado em R$ 400 milhões. A iniciativa, entretanto, ainda é totalmente embrionária, não possuindo ainda um projeto definido ou solução avançada para viabilidade financeira.
Ou seja, a proposta de Malaquias e demais conselheiros surge para rivalizar com os estudos formulados por pessoas ligadas à atual diretoria.
Realidade paranista
A viabilidade financeira, aliás, é o que primeiro vem à mente quando o Paraná fala em reformar ou construir um novo estádio. O clube ainda sofre com atrasos constantes de salários, possui um acordo de penhora de 20% de todas as suas receitas com a Justiça do Trabalho e ainda busca um parceiro para terceirizar o departamento de futebol. A diretoria chegou a avançar em um negócio com investidores russos, mas um acordo ainda está longe de ser fechado, conforme confirmou Oliveira.
Questão da Vila
Neste momento, o estádio está sendo avaliado pela Superintendência de Patrimônio da União no Paraná, a SPU. Terminada a avaliação, a SPU determinará o valor que o Paraná deve à União pela posse irregular do imóvel no decorrer dos anos. O clube terá que pagar este valor. Ainda será definido um valor de aluguel que o Paraná terá que pagar, mensalmente, para permanecer no espaço. Em 2018, o Paraná garantiu a posse do estádio por mais 30 anos.
Falando em viabilidade financeira...
Voltando ao projeto de Malaquias e conselheiros, a proposta vislumbra a construção de espaços para lojas e empreendimentos comerciais no entorno do estádio, que ajudariam o Paraná a mirar a autossustentabilidade da reforma do estádio com permutas e adiantamentos de aluguéis destes espaços, por exemplo.
“A ideia é fazer algumas mais-valias para o Paraná ter uma renda permanente de aluguéis no entorno do estádio. A Avenida Dário Lopes dos Santos, continuação da Getúlio Vargas, é um corredor muito forte, por onde passa muita gente. Existe um potencial comercial enorme nesta região”, destaca Fiuza.
Etapas da reforma
A reforma proposta por Malaquias, Bernardi, Fiuza e Paulo Filho aconteceria em quatro etapas e terminaria com capacidade para 30 mil pessoas. A primeira, avaliada em R$ 12 milhões, seria construir novas arquibancadas onde hoje ficam a curva norte e o setor visitante, levantando dois tobogãs atrás dos gols.
A segunda, avaliada em mais R$ 12 milhões, contemplaria a reforma das arquibancadas sociais. A terceira, orçada em R$ 10 milhões, atingiria o setor da reta do relógio e camarotes. O projeto prevê todos os setores cobertos. A última etapa, avaliada em outros R$ 10 milhões, aconteceria com a reforma da fachada da Vila Capanema.
Confira mais imagens do projeto
Número de obras paradas cresce 38% no governo Lula e 8 mil não têm previsão de conclusão
Fundador de página de checagem tem cargo no governo Lula e financiamento de Soros
Ministros revelam ignorância tecnológica em sessões do STF
Candidato de Zema em 2026, vice-governador de MG aceita enfrentar temas impopulares
Deixe sua opinião