Com três interessados no arrendamento do departamento de futebol, o Paraná recorre novamente a um possível parceiro, algo presente dos anos 2000 para cá. O passado recente, contudo, não traz boas lembranças para o torcedor. Ou deveria, ao menos, deixar a torcida reticente sobre tal possibilidade.
A LA Sports, do empresário Luiz Alberto Filho, fez parceria com as categorias de base em 2003 e passou a comandar o profissional três anos depois. Com recursos da aliada, quando empresas podiam ter percentual em direitos econômicos de jogadores, o Tricolor foi campeão paranaense após nove anos e terminou a Série A na quinta colocação, conseguindo uma vaga inédita para a Libertadores.
O intervalo entre o auge da Libertadores à completa derrotada, entretanto, foi curtíssimo. Em 2007, mesmo ano em que jogou a disputa internacional, tudo desandou: perda de jogadores, reposições fracas no comando técnico e elenco, e pouco retorno financeiro para o clube, com o lucro ficando para a empresa. O Paraná foi vice-campeão do Estadual em casa diante do Paranavaí, acabou eliminado nas oitavas de final da competição internacional e encerrou a temporada com o rebaixamento para a Série B - o clube levaria uma década para voltar a jogar a elite nacional.
Dessa forma, as partes romperam no início de 2008 e até retomaram um acordo em outros moldes em 2009, 2011 e em 2013, com alguns atletas pontuais dentro do elenco paranista. Nesse período ausente, a LA Sports fez parcerias parecidas com Avaí e Coritiba.
O Tricolor, por outro lado, achou outro parceiro em 2010: Amaral Sports, do empresário Marcos Amaral. A parceria, entre períodos fracos e fortes, continuou ajudando o departamento de futebol com atletas até 2015. O clube continuou na Série B e só lutou pelo acesso em 2013.
Em 2014, contudo, a Fifa proibiu a participação de investidores nos direitos econômicos de jogadores de futebol e nenhuma empresa pode ser dona de percentual de algum atleta nos dias atuais. Essa decisão enfraqueceu o formato de parceria paranista.
Mais parcerias deficitárias
O Paraná só conseguiu subir para a Série A em 2017 novamente com uma parceira no departamento de futebol, mas em moldes diferentes às citadas anteriormente. O sucesso na Série B teve outro nome nos bastidores: Carlos Werner. O empresário se tornou uma espécia de mecenas paranista e passou a colocar dinheiro no clube. Inicialmente, Werner afirmava não ter interesse em reaver o dinheiro colocado no Tricolor. "Ajudo por amor", declarava. Mas o cenário mudou com o passar do tempo.
Werner entrou em 2014 para ajudar nas categorias de base e, aos poucos, foi assumindo papel na gestão do clube com aportes financeiros para pagamento de salários e dívidas. Ele foi ainda o pilar da eleição do atual presidente Leonardo Oliveira, mas acabou rompendo com o mandatário em 2017. Em seguida, o Paraná não pagou os débitos com Werner e o ex-mecenas agora é o dono do CT Ninho da Gralha por conta de débitos que chegaram perto de R$ 30 milhões.
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Outra parceira que acarretou em passivo para o clube foi a Bom Atleta Sociedade Empresarial (Base), responsável por construir o CT em 2008. A empresa foi criada por Marlo Litwinski e René Bernardi, vices das categorias de base e de patrimônio, respectivamente, na época.
A base era responsável por gerir o Ninho da Gralha, com divisão de despesas e lucros em 50% entre empresa e clube, mas o acordo foi rompido em 2012 por conta de atrasos salariais. Após alguns pagamentos e acordos descumpridos, a dívida final de R$ 2 milhões foi paga a Bernardi em 2016, por Werner. Ou seja, uma dívida foi paga e gerou outra. Todas envolvendo o mesmo patrimônio, que não é mais do Paraná.
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