O meia Thiago Neves, hoje no Cruzeiro, revelou na noite desta segunda-feira (2), que pretende encerrar a carreira no Paraná, onde iniciou como jogador profissional. A declaração foi dada no programa Bem Amigos, do canal SporTV.
“Eu queria terminar no Paraná Clube, onde eu comecei. Eu comecei lá e gostaria de terminar lá porque o meu avô (Domingos Neves) é paranista. Eu queria fazer essa homenagem para ele”, disse o jogador de 32 anos, sem afirmar quando isso deve ocorrer.
Na sequência, o jogador e o narrador Galvão Bueno falaram sobre o ótimo desempenho do Tricolor na Série B. “O Paraná está fazendo uma belíssima campanha. É um time simpaticíssimo. Muito bacana. Vem da fusão de vários times, Pinheiros, Ferroviário, Colorado. Foi juntando as torcidas até chegar no Paraná”, lembrou Galvão.
TABELA: Veja a classificação da Série B
A saída de Thiago Neves do Tricolor foi conturbada, em um imbróglio que durou mais de 10 anos. Em agosto o presidente paranista, Leonardo Oliveira, comunicou que finalmente o clube conseguiu quitar a dívida com o empresário Léo Rabello.
“Não temos mais um centavo de dívida sobre o Thiago Neves, um dos maiores problemas da história do clube. Estamos comemorando o fato de ter sido resolvido”, afirmou o dirigente há um mês e meio.
Entenda o caso Thiago Neves no Paraná Clube
Início
O imbróglio começou em 2003, na gestão de Ênio Ribeiro, quando o clube perdeu 50% dos direitos econômicos do atleta por causa de um acordo com a empresa LA Sports, que fornecia comida para as categorias de base em troca da metade de cinco atletas.
Primeira venda
Em 2006, o Paraná vendeu 30% para empresa Systema, de Rabello, por cerca de US$ 200 mil. A LA Sports fez o mesmo.
Novo negócio
Na sequência, o clube ainda vendeu os seus 20% dos direitos econômicos restantes por R$ 480 mil, ficando assim 32% para a LA Sports e 68% para a Systema.
Fluminense
O jogador estourou no Fluminense em 2007 e chegou a assinar um pré-contrato com o Palmeiras, mas ainda tinha vínculo com o Paraná. Assim, Rabello depositou os R$ 2 milhões da multa rescisória em juízo e o meia ficou no time carioca. Porém, o Tricolor não tinha direito a mais nada.
Justiça
Em 2008, sob a gestão do ex-presidente Aurival Correia, foi pago para a LA Sports a parcela referente aos 32% deles, o correspondente a R$ 640 mil. O problema é que o R$ 1,36 milhão dos 68% da Systema foi sacado e utilizado para outros fins, o que gerou o processo na Justiça.
Perda
O clube tentou na justiça conseguir de volta os 60% dos direitos econômicos e perdeu.
Acordo
Um acordo foi feito na gestão de Rubens Bohlen, em 2012. A dívida que já estava em R$ 27 milhões foi reduzida para R$ 10 milhões.
Tarumã
Com a venda da sede do Tarumã, cerca de R$ 3 milhões foram pagos, mas as parcelas seguintes não foram honradas e a dívida voltou ao valor total, hoje de R$ 36 milhões.
Acordo final
Seria pago R$ 4,5 milhões a empresa Systema, de Rabello, em troca do fim do processo que está na Justiça de R$ 36 milhões. O empresário Carlos Werner emprestou R$ 2,6 milhões ao clube, que utilizaria R$ 1,4 milhão da verba de televisão de 2016 e R$ 500 mil do valor referente a 2017.
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