O Paraná Clube chega ao returno do Brasileirão na lanterna e em situação crítica para escapar do rebaixamento e voltar a realidade da Série B. Com apenas 14 pontos, o Tricolor precisa ter um desempenho de G6 a partir de agora para não cair. Na matemática, o número mágico para permanecer na elite é de 46 pontos. Neste cenário, o time paranista precisa somar 32 pontos em 19 rodadas, o equivalente a nove vitórias e cinco empates. Veja cinco motivos e erros que levaram o clube a este cenário:
5 - Contratações equivocadas
Com o futebol centralizado no comando do diretor de futebol Rodrigo Pastana, o Paraná já contratou 33 jogadores nesta temporada e utilizou incríveis 48 atletas no ano. Dos reforços, 13 já deixaram a Vila Capanema e passados quase nove meses, é possível afirmar que nenhuma contratação convenceu a torcida.
Os erros foram tamanhos que a linha defensiva paranista que atua com maior frequência na Série A é formada por Junior e Rayan, ambos reservas na campanha do acesso, e Igor, lateral remanescente também contestado. Este último chegou a jogar improvisado na zaga por falta de defensores no elenco. A bola da vez agora é o meia-atacante Maicosuel para tentar salvar o time.
4 - Planejamento de comissão técnica
O planejamento tricolor foi por água abaixo desde o início do ano. O técnico Wagner Lopes foi demitido em fevereiro depois de seis jogos, três dias antes da equipe ser eliminada para o Sampaio Corrêa na segunda fase da Copa do Brasil. No Estadual, o clube sequer chegou nas fases decisivas já com Rogério Micale no banco.
A chegada do campeão olímpico também evidenciou a falta de critérios e a incompatibilidade do estilo de Micale com o elenco formado em cima da hora. O treinador chegou a externar por mais de uma vez que gosta de armar equipes ofensivas, mas por conta do que tinha em mãos tentaria montar uma equipe mais reativa. Os números mostram por si só que a estratégia não funcionou. Restou ao Paraná apostar em Claudinei Oliveira, o oposto de Micale, na reta final do ano.
3 - Disparidade financeira
Mesmo após o acesso no ano passado, era difícil imaginar o Paraná não lutando contra o rebaixamento. A folha salarial mensal o clube na Série A é de R$ 1 milhão. Enquanto isso, um clube de porte médio do Brasileirão tem gastos acima dos R$ 3 milhões. Já as equipes mais abastadas gastam mais de R$ 7 milhões por mês somente com atletas.
Ainda pesa contra o Tricolor o abismo financeiro das cotas de televisão: enquanto o clube da Vila Capanema recebe R$ 23 milhões (valor mais baixo), Corinthians e Flamengo embolsam R$ 170 milhões (valores mais altos).
2 - Bastidor agitado
Já não bastasse o ano eleitoral, o clube vive dias acalorados nos bastidores. O presidente Leonardo Oliveira – que será candidato a reeleição dia 25 de setembro – cortou relações com Carlos Werner, ex-investidor do clube. Segundo Oliveira, Werner exigiu a demissão de Rodrigo Pastana, e entrou em “rota de colisão” com a atual diretoria. Werner, por sua vez, contestou as acusações.
Antes de ser demitido, o técnico Rogério Micale também admitiu preocupação com questões políticas interferirem dentro de campo após protestos da torcida no início do Brasileirão.
1 - Base abandonada
O Tricolor iniciou a temporada recheado de garotos da base sendo promovidos ao elenco principal. A maioria fez parte do time campeão paranaense sub-19 no ano passado, mas até o momento nenhum conseguiu chamar a atenção para render uma grana futura (e necessária) ao Paraná para o próximo ano.
Jhonny Lucas, visto como maior joia do Ninho da Gralha, até foi convocado para amistosos na seleção brasileira de base, mas entrou em campo somente 10 vezes na Série A e sem grande destaque. Já o meia Gabriel Pires e o atacante Iacovelli estão quase esquecidos no elenco e ainda pleiteiam mais minutos em campo.
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