Paraná coloca mordaça em promessa

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Depois da boa atuação na vitória por 4 a 0 diante do Enge­­nheiro Beltrão, com direito a gol, o meia Elvis foi requisitado para dar entrevistas após a partida, na quinta-feira, em Para­­navaí. Para a surpresa dos re­­pórteres, no entanto, o jogador não apareceu na zona mista. De antemão, o departamento de futebol paranista já havia definido que, por en­­quanto, o atleta está blindado. Ou seja, por tempo indeterminado, não fala com a imprensa.

Para o gerente de futebol pa­­ranista, Beto Amorim, a ideia de poupar Elvis do contato com a mídia é explicada como "uma maneira para que ele se concentre apenas no futebol".

No ano passado, o jogador de 19 anos ficou um longo período afastado por causa de uma fissura no pé direito. Também sofreu com a falta de sequência de jogos e para conseguir as condições ideais de jogo.

Quan­­do teve chance de atuar, não de­­monstrou todo seu po­­ten­­cial. Mesmo assim, no fim do ano passado, a Zetex Sports comprou 20% de seus direitos econômicos.

"Sabemos que ele vai evoluir e crescer de produção no decorrer dos dias e dos jogos. Assim, vai nos ajudar cada vez mais dentro de campo", disse Beto Amorim.

Em Janiópolis, na Região Centro-Oeste do estado, cidade natal de Elvis, o pai do jogador, Val­­deir Araújo, 42 anos, tem opinião oposta e não acredita que a medida seja necessária. "É complicado, mas acho que ele poderia estar falando normalmente. Saiu de casa com 12 anos, por que não poderia conversar com a imprensa agora?", questiona, apesar de concordar que a decisão deve ter sido tomada pensando no melhor para o jogador.

Nas quatro linhas, os companheiros respeitam a atitude da diretoria. O atacante Mar­­celo Toscano, entretanto, considera que o mais importante é que o meia consiga mostrar qualidade nos jogos para auxiliar o Paraná.

"Ele nos ajudou muito na última partida e vai continuar. Ele tem qualidade técnica, dribla bem. Tem futuro garantido aqui", avalia.

Mesmo sem data confirmada para terminar, o silêncio do jogador não deve ser duradouro. Pelo menos é a intenção do gerente de futebol do clube. "Será gradativo, mas o mais breve possível ele vai voltar a falar", garante Beto Amorim.

Amanhã, às 19h30, o Paraná recebe o Iraty na Vila Capa­­ne­ma.