Cansados de ver o clube à mercê de empresários, 30 conselheiros do Paraná se uniram para aplicar dinheiro no Tricolor. Formaram uma espécie de MSI (fundo de investimento que assessora o Corinthians). A estratégia – garantem os dirigentes – vai afastar os "aventureiros" da Vila Capanema.

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A bolsa, ainda não registrada juridicamente, funciona assim: cada membro comprou uma cota, cujo valor varia de R$ 20 mil a R$ 200 mil. O total arrecadado será aplicado na formação do time para a próxima temporada.

Na coordenação do projeto está o diretor de futebol Durval Lara Ribeiro, o Vavá, além dos vice-presidentes de quadras, Aquilino Romani, e administrativo e patrimônio, Aurival Correia. Espécie de olheiro do grupo, o primeiro ficará responsável por vasculhar jovens promessas para a equipe. A parte financeira ficará a cargo dos dois outros cartolas.

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Os demais nomes, atendendo a pedidos dos próprios conselheiros, serão mantidos em sigilo. Mas é certo que o presidente José Carlos de Miranda e o vice José Domingos integram o grupo.

Mais vantagens

Diferentemente do que ocorre atualmente, o Paraná terá mais vantagens caso os jogadores contratados pelo grupo sejam negociados. Em vez de receber uma porcentagem pequena – variando entre 15% e 30%, de acordo com o negócio – o valor da transferência será dividido meio a meio.

"Nossa intenção não é ter lucro. Queremos apenas ter um time ainda mais forte. Todo o dinheiro arrecadado será reinvestido no clube", explicou Correia. "A diferença para as outras parcerias é que a nossa é feita exclusivamente por torcedores, por quem tem amor pelo Paraná", completou.

O fundo já começou a trabalhar. Foi graças aos investidores que o meia Sandro foi contratado. Eles pagaram aproximadamente R$ 50 mil à URT (MG) pelo empréstimo do jogador até o fim de maio do ano que vem. O grupo tem até dezembro para adquirir definitivamente os direitos federativos do meia por R$ 350 mil.

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Preferência a jovens

"A filosofia continuará a mesma. Contrataremos atletas jovens, de qualidade, que queiram crescer junto com o Paraná", afirmou Vavá.

Miranda faz questão de ressaltar que não haverá ingerência no dia-a-dia do futebol. De acordo com ele, o clube seguirá com total autonomia sobre os atletas. "Não há interferência direta. A palavra final continua sendo da presidência."

O presidente explicou ainda que os novos parceiros não terão exclusividade e que os negócios com a L.A. Sports, responsável pela contratação de Borges, Aderaldo, Daniel Marques, Parral, entre outros, continuarão normalmente na Vila Capanema.

"Vamos manter a parceria com a L.A. ou com qualquer outra empresa. Não estamos amarrados com ninguém. Não existe pacote fechado", argumentou.

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Números

30 investidoresNúmero de dirigentes do Paraná que se uniram para investir na contratação de jogadores. A idéia é inibir a ação de empresários.

R$ 20 mil cota mínimaOs conselheiros podem investir no fundo para contratar jogadores entre R$ 20 mil e R$ 200 mil. O montante será aplicado na formação do time de 2006.

50% lucroAo contrário de hoje, o fundo promete repassar ao clube metade do faturamento na venda de jogadores.

R$ 50 mil empréstimoA primeira contratação do fundo de conselheiros foi o meia Sandro. O empréstimo do jogador custou R$ 50 mil. No fim do ano, ele deve ser comprado por R$ 350 mil.

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