Tricolores
Problemas
Já sem Guaru e Murilo (submetidos a cirurgias), Marcelo Oliveira terá mais dois problemas pela frente. Chicão, que se chocou com Enrico, do Coritiba, logo no começo do clássico, ainda é dúvida para o jogo com o Cerâmica-RS, amanhã. Ele levou oito pontos em dois cortes próximos ao olho e será reavaliado no dia da partida. Pará, com lesão na coxa, está fora por três semanas.
Camisa
O Tricolor lança o uniforme da temporada 2010, fornecido pela Kanxa, amanhã.
Autoajuda
Psicólogo detecta ansiedade nos tricolores
Fernando Rudnick
Quem assistiu ao clássico entre Coritiba e Paraná, no estádio Gigante do Itiberê, em Paranaguá, percebeu uma clara mudança de postura nos jogadores do Tricolor. O nervosismo e o moral baixo, resultado de seis partidas sem vitórias, deram lugar a uma equipe muito mais confiante dentro de campo. O novo clima foi fundamental para que o time conseguisse chegar à terceira vitória no Campeonato Paranaense e inaugurar uma nova fase na temporada.
A fase é outra. Após a vitória no clássico com o Coritiba, os jogadores paranistas não escondiam o alívio na Vila Capanema. Na reapresentação, atletas sorridentes e cantarolando. Nada que lembrasse os olhares preocupados da semana anterior e os discursos contidos. O clima descontraído teve direito até a brincadeiras entre os companheiros de elenco. A mudança, porém, começou ainda antes do dérbi. Em campo, a postura tricolor diante do Alviverde, líder do campeonato, já havia sido bastante diferente da das rodadas anteriores.
Quase no limite para afundar em uma crise, vindo de seis jogos sem vencer e longe da zona de classificação à fase final do Paranaense, o Paraná precisou sacudir intensamente os ânimos para colocar o time novamente nos trilhos. Uma reunião realizada antes da viagem a Paranaguá com o vice-presidente de futebol, Aramis Tissot, serviu exatamente para isso.
Na conversa, o ultimato ao plantel veio misturado com uma dose de apoio. A tática funcionou. "Joguei muito limpo com eles, fui muito franco. A conversa foi nesse sentido (da necessidade de uma vitória), mas não falamos em dinheiro, procurei dar força e disse que eu assumiria as broncas, porque eu sou a vidraça do nosso futebol hoje", falou o dirigente que aprovou os resultados da medida adotada. "Senti uma diferença de postura muito grande a partir dessa conversa", complementou, sem revelar minúcias do encontro.
O técnico Marcelo Oliveira teve sua parcela de responsabilidade no triunfo em Paranaguá, ao escolher a formação que foi a campo, mas a atuação nos bastidores deu à equipe a força necessária para derrotar o rival. "Uma das coisas que nos ajudou foi a conversa com o Aramis. Apesar da pressão, a diretoria nos deu força e este apoio interno mudou muito, nos ajudou bastante", disse o zagueiro Irineu.
"Estávamos com essa pressão do dia a dia e da diretoria e sabíamos que se o resultado positivo não viesse isso mudaria muitas coisas. E nós tínhamos de tirar esse peso que vínhamos carregando", falou Diego Correia, dando a entender que o tom da bronca da direção foi duro. Um discurso do estilo "a paciência está chegando ao fim".
Além do papo com o dirigente, a estratégia de colocar a cabeça dos jogadores em ordem se completou com dois "encontros" com o psicólogo especializado em esportes, Gilberto Gaertner (veja matéria nesta página). Tudo para buscar a vitória que não acontecia desde o dia 24 de janeiro (2 a 1 sobre o Paranavaí). O período de seca deixou todo o grupo sob ameaça, inclusive o treinador. Pelo que se viu ontem no Durival Britto, um capítulo bem menos tenso se iniciou no domingo. Resta saber como ele continuará a ser escrito dentro de campo. O novo testes será amanhã, às 21 horas, quando o time joga pela classificação para a segunda fase da Copa do Brasil, dentro de casa, contra o Cerâmica-RS.
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