O coro "é campeão" da torcida tricolor não marcou apenas o fim de um jejum de nove anos do Paraná em títulos estaduais. A cantoria entusiasmada também iniciou uma outra espécie de desafio a ser vencido, desta vez não pelo clube, mas sim pela Federação Paranaense de Futebol (FPF).

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Na final entre Paraná e Adap, o Estádio Pinheirão deu adeus às grandes decisões e jogos importantes. O clube já anunciou que não deve mais utilizá-lo com a conclusão da reforma da Vila Capanema, em maio, e o futuro da obra mais grandiosa da FPF deve ser mesmo os shows musicais – deixando a bola restrita a jogos menores, como das competições de base e outras divisões.

Ao menos a despedida do palco que foi inaugurado nos anos 70 com a pompa de ser uma solução para os clubes de futebol da capital (e cada vez mas se parecerá com um elefante branco) foi de gala.

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Com os rivais Coritiba e Atlético fora, o entrosamento com o público que tanto o criticou foi completo. As 25 mil pessoas presentes ao estádio pareciam uma massa só. Desde meados de 2002, quando o Paraná iniciou o namoro com a praça esportiva, a confusão visual do azul e vermelho das camisas com as cadeiras das arquibancadas (instaladas em abril de 2004) não parecia tão bonita para o torcedor.

"Sem Atlético e Coritiba a final ficou ainda mais valorizada, pois mostra aos times pequenos como a Adap que o futebol não se ganha nos bastidores e sim dentro do campo", opinava o comerciante Marcelo Silva, de 39 anos.

Como num casamento arranjado, ele e boa parte do resto da torcida tricolor acabou se acostumando ao vento encanado, a tinta da parede descascando ou a sujeira dos banheiros e criou um sentimento afetuoso pelo estádio. A ponto de, na hora do adeus, resolver se declarar.

"Acho que até vou sentir saudades. Gosto de assistir a jogos aqui", disse José Perussulo, de 31 anos. "Nos acostumamos a jogar e ver partidas no Pinheirão", completou Leci dos Santos, 52.

Ninguém, contudo, definiu melhor a situação do que o advogado Paulo Chaves, 56. "Ele nos foi muito útil, mas é aquela história: você pode viajar para qualquer lugar do mundo que nenhum será melhor do que a sua própria casa".

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