"Um chocolate", como se diz na gíria futebolística. Dentro do histórico Estádio Maracanã, o Paraná perdeu mais uma. Em seu terceiro revés consecutivo, os comandados de Caio Júnior apresentaram mais uma vez um péssimo futebol e escaparam de uma "verdadeira" goleada. A vitória de 4 a 0 a favor do Botafogo saiu barata e só não foi maior pela própria limitação dos jogadores cariocas. Com isso, o Tricolor segue em queda livre na classificação do Brasileirão. Os paranaenses estacionaram nos 31 pontos e, atuando desta forma, devem continuar perdendo mais posições na tabela. O time está na 6.ª colocação.
Se antes do jogo, Caio Júnior pedia aplicação tática, muita marcação e rapidez no ataque para conseguir a vitória - elementos que fizeram a diferença na campanha paranista no 1.º turno-, o que os jogadores fizeram dentro de campo foi totalmente o oposto disso. Sem fazer jus ao título de melhor ataque do campeonato, o Tricolor praticamente não levou qualquer perigo para a meta do goleiro Lopes. Mais uma vez, a falta de Leonardo foi sentida e a derrota foi inevitável. Com isso, os donos da casa tomaram conta da partida e venceram com propriedade.
Na sua estréia pelo Fogão, o atacante Lima, ex-Atlético-PR, mostrou oportunismo e eficiência. Em duas cochiladas da defesa tricolor, o avante não perdeu as chances e fez dois gols em menos de dois minutos. Reinaldo marcou o outro, e se deu ao luxo de perder mais duas ótimas chances. De pênalti, Zé Roberto marcou o quarto com categoria e encerrou a fatura. Com a goleada, o Botafogo subiu para os 27 pontos e está na 13.ª posição. Na próxima rodada os botafoguenses enfrentam o Furacão na Arena da Baixa. Já o Tricolor vai até Porto Alegre pegar o Grêmio.
No 1.º tempo, o Tricolor escapou de uma goleada
Assim como na última partida contra o Juventude, o Paraná começou sonolento e desatento, não conseguindo criar qualquer jogada ofensiva. Sentindo a ausência de um atacante de referência, a equipe não mantinha a bola no ataque. Além disso, o time errava uma quantidade assustadora de passes e abusava das faltas para parar o limitado time do Botafogo. A inoperância tricolor no ataque fez com que os cariocas começassem a gostar da partida.
Marcando forte no meio-campo e saindo rápido nos contra-ataques, características que faziam a diferença para os paranistas durante o 1.º turno, o Fogão tinha maior posse de bola e tentava produzir alguma jogada ofensiva. Porém, a pouca qualidade individual continuava pesando contra o time do técnico Cuca, que não conseguia abrir o placar. Do lado tricolor, Joelson e Batista eram os piores em campo, perdendo todas as jogadas e fazendo muitas faltas.
Outro aspecto desfavorável para Caio Júnior se repete nos últimos jogos. O meia Maicossuel está sendo bastante marcado, e não consegue produzir nada. Assim, o desenrolar da partida se mostrava para um desfecho óbvio. Procurando mais o gol, o Botafogo conseguiu abrir o marcador com o estreante da noite. O atacante Lima, em menos de um minuto, marcou duas vezes. Na primeira, aos 37 minutos, o meia Diguinho entrou driblando a defesa tricolor, que ficou apenas olhando. Na cara de Flávio, o jovem botafoguense tocou para Lima, que rolou para o fundo das redes.
Em menos de um minuto, nova falha da defesa paranista. Edmílson tenta sair dominando a bola, mas perdeu. Os cariocas partiram rápido para a grande área, de onde Lima bateu forte e cruzado, novamente sem chances para o arqueiro tricolor. Em seguida, o técnico Caio Júnior fez a sua primeira alteração. Batista, um dos piores em campo, deu lugar ao meia Sandro. O Tricolor teve duas oportunidades de diminuir, mas não soube aproveitar. Em mais um contra-ataque, Lima quase marcou o terceiro.
Na 2.ª etapa, a goleada toma forma
Para a etapa complementar, o técnico Caio Júnior tirou o volante Pierre para entrada de Gérson. Mesmo com essa tentativa de dar mais ofensividade ao Tricolor, não adiantou. Os paranistas seguiam perdendo muitas bolas em um show de passes errados. Sem levar qualquer perigo à defesa botafoguense, o ataque carioca tratou de mostrar a sua força. Aos 13 minutos, Reinaldo trombou com a zaga e ganhou. Sozinho, o atacante saiu mais uma vez na cara de Flávio, e foi só tocar e sair para o abraço.
Aos 22, o mesmo Reinaldo quase fez o quarto de peixinho. O meia Ale foi levando sem ser incomodado até a área e cruzou para o atacante, mas Émerson tirou em cima da hora. Pouco depois, Caio Júnior fez a sua última alteração, colocando o estreante Henrique no lugar de Joelson. Mas nem essa modificação trouxe mais força ofensiva ao Paraná. Tanto que aos 32 o Botafogo fez o quarto, de pênalti. Mais uma vez Reinaldo pegou a bola na intermediária e foi levando até a área tricolor. Edmílson tentou tirar de carrinho e derrubou o avante na área. Zé Roberto cobrou, colocado, sem chances para Flávio.
Abatido, o Tricolor ainda tentou diminuir, e Beto chegou a carimbar a trave do goleiro Lopes. Porém, foi pouco. O técnico Cuca se deu ao luxo de poupar a dupla de ataque nos últimos minutos e a torcida, em êxtase, gritou "Olé" até o final.
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