No início do Brasileiro, ninguém na Vila Capanema escondia: a principal meta do Paraná na temporada era fugir da Segunda Divisão. Vinte e nove rodadas depois, a boa campanha mudou os objetivos. Porém caso vença o Atlético-MG, hoje, às 20h30, no Mineirão, a primeira missão da equipe na competição estará cumprida. O Paraná chegará a 48 pontos, "número mágico" apontado pelos matemáticos para afastar o risco de rebaixamento.

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O discurso humilde de apenas lutar para não cair era puxado pelo ex-treinador Lori Sandri, que transformou a luta contra o descenso em arma para diminuir a pressão sobre o elenco durante as 23 rodadas em que comandou o time. Agora, após oscilação e nova ascensão, a meta foi assumida pela diretoria e pelos jogadores.

"Sabemos que uma vitória diante do Atlético-MG nos tira de qualquer perigo. Mas já provamos que podemos ir muito além disso", afirmou o atacante André Dias.

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Ocupando o sétimo lugar (45 pontos), o Tricolor está a apenas três da zona de classificação para a Libertadores – o Fluminense é o quarto colocado, com 48. A proximidade permite ao time acreditar na possibilidade de levar pela primeira vez o Paraná à principal competição interclubes do continente.

Outro triunfo do representante paranaense são os confrontos diretos até o fim do campeonato. Dos seis adversários que estão à frente, somente Palmeiras e Goiás não jogam mais com o Tricolor. Corinthians (no Pacaembu), Fluminense (em Curitiba), Internacional (no Pinheirão ou em Cascavel) e Santos (na Vila Belmiro) ainda enfrentarão os paranistas.

Porém, antes dos encontros com concorrentes diretos à Libertadores, existem duelos como o de hoje. Contra um adversário em péssima fase, que está na zona de rebaixamento e que fez até greve para receber salários atrasados há pouco menos de uma semana.

"Por essas circunstâncias, o jogo se torna ainda mais difícil. Eles virão com tudo. Será o primeiro jogo deles em casa depois da greve. Já estavam sem crédito com o torcedor e agora vão querer recompensar", afirmou o técnico Luiz Carlos Barbieri, que definiu Neguette e Mussamba como substitutos dos suspensos Marcos e Pierre, mas mantém dúvida entre Sandro e Fernando Gaúcho para vaga de Borges.

* Atlético-MG x Paraná, às 20h30, no Sportv.

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Em Belo Horizonte

Atlético-MG x Paraná

Atlético-MG

Bruno; George, Marquinhos, Leandro Castan e Rubens Cardoso; Rafael Miranda, Amaral, Vinícius e Rodrigo Fabri; Uéslei e Marques (Catanha). Técnico: Marco Aurélio.

Paraná

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Flávio; Daniel Marques, Neguette e Aderaldo; Neto, Rafael Mussamba, Mário Cesar, Éder e Edinho; André Dias e Sandro (Rafael Gaúcho).Técnico: Luiz Carlos Barbieri.

Estádio: Mineirão. Horário: 20h30. Árbitro: Jamir Carlos Garcez (DF). Auxs.: Enio Ferreira (DF) e Eremílson Macedo (DF).

No limite

O Paraná esteve ameaçado de rebaixamento em 4 das 11 edições da Série A que disputou. Escapou em três delas e caiu em 99.

1998 – O Paraná se livrou nos acréscimos da última rodada. O herói foi o ex-atleticano Oséas, que fez o gol do empate do Palmeiras contra o América-MG, que despachou o Coelho para a Segundona.

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1999 – A aposta em veteranos como Pingo, Valdeir e Carlos Alberto Dias não deu certo. Mesmo terminando o Nacional em 17.º, o Paraná foi rebaixado pela média de pontos de 98 e 99.

2002 – O time só escapou na última rodada, com o empate por 2 a 2 com o Figueirense e a derrota do Palmeiras para o Vitória.

2004 – Após passar boa parte do Brasileiro na zona de rebaixamento, o Paraná reagiu no segundo turno e se livrou da Série B com duas rodadas de antecedência, ao derrotar o Criciúma por 2 a 1.