O treino do Paraná de ontem à tarde deveria ser apenas o último trabalho de posicionamento antes do duelo de amanhã, as 16 horas, contra o Figueirense, em Florianópolis. Entretanto, a atividade programada para às 15h30 começou quase uma hora e meia depois. O motivo foi uma longa reunião entre os jogadores e toda comissão técnica, na qual os problemas do grupo foram discutidos cara a cara com o treinador Caio Júnior.
Aproveitando que o treinamento era no campo da Siemens, longe de praticamente todos os diretores e da maior parte dos holofotes, Caio promoveu uma verdadeira lavanderia. Quem desejou teve a palavra e pode opinar, contestar e até reivindicar um lugar na equipe.
Não é segredo para ninguém que com a recente ida de nomes importantes para a reserva Sandro, Pierre e Maicosuel, por exemplo , o treinador enfrentou pressões de setores da direção e também da parte do elenco que não vem sendo aproveitada.
"Faz parte da minha maneira de ser, inclusive dentro da minha família, resolver tudo olhando no olho, cara a cara. Foi isso que procurei fazer. É difícil contentar a todos dentro de um grupo grande. Considerei a conversa muito sadia, pois o objetivo de todos é levar o Paraná à Libertadores", explica o técnico.
Mesmo a distância, percebia-se que o tom da conversa não chegava a ser ríspido. Mas mesmo assim, quando um cinegrafista tentou se aproximar para gravar imagens, foi repreendido pelo auxiliar de preparação física Lori Sandri Júnior a pedido de Caio Júnior.
A resenha começou com a palavra do treinador, depois falou o preparador físico (Marcos Walczak) e por fim jogadores levantaram a mão e expuseram suas visões.
Os líderes do elenco, como o volante Beto, o goleiro Flávio e o zagueiro Neguette falaram. Depois foi a vez de atletas que não têm tido chance entre os titulares, como o volante Serginho e o meia Joelson.
"Eu não fui o que mais falou, não, todo mundo falou e se cobrou ali. Não vejo essa conversa como problema, mas sim como solução. Eu só cobrei que a gente não perca o clima alegre de quem está em quinto lugar", conta o meia Joelson.
Até os mais jovens, como a lateral-esquerdo Eltinho, 19 anos, entraram no clima de cobrança. A revelação pediu mais união dentro do elenco.
"Essas conversas são normais no futebol. Em todo time tem. Foi muito bom para unir mais o grupo, que andava meio separado", revela o lateral.
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