Diretoria paranista se nega a comentar salários atrasados
O silêncio da diretoria do Paraná na segunda-feira sobre a paralisação dos jogadores e os valores em débito com funcionários prosseguiu ontem. O presidente Aquilino Romani até atendeu a ligação da reportagem, mas se recusou a falar. Afirmou que não se pronunciaria à imprensa sobre o assunto e que não comentaria outros temas à Gazeta do Povo por estar insatisfeito com a notícia da greve dos jogadores ter ocupado a capa do caderno de Esportes de ontem (16/3) e de a reportagem ter chamado o dirigente de "cartola".
Com a negativa em responder ao jornal, Romani não informou se colocou em dia as dívidas ou até mesmo se fez acordos com funcionários e jogadores para quitar os débitos com salários e premiações.
O vice-presidente, Aramis Tissot, por sua vez, não atendeu as ligações. Pessoas próximas ao ex-presidente informaram que ele passa por uma bateria de exames médicos. O vice de Finanças, Aurival Correia, o diretor e o gerente de futebol, Guto Mello e Beto Amorim, também não atenderam as ligações.
Reação
Técnico vê união; diretor critica atletas
O técnico Marcelo Oliveira atenuou a "greve de um dia" dos jogadores e afirmou que a pausa não prejudicou a preparação para o confronto desta noite. "Achei até que foi uma demonstração de união. Foi uma manifestação em função de alguns funcionários que não recebiam. Mas hoje (ontem) tivemos um treino muito bom", disse.
Adversário
Sport tenta evitar jogo de volta
Animado por 16 jogos sem derrota em 2010 (11 vitórias e 5 empates), o Sport chega a Curitiba com a intenção de evitar o jogo de volta, conforme o regulamento da Copa do Brasil. "Temos condições de fazer dois gols de diferença. Nossa equipe é muito boa, mas respeitamos bastante o Paraná, que é um jogo muito perigoso", afirmou o volante Tobi, que deve voltar ao time no lugar de Montoya, jogador que se destacou no Paraná durante a disputa da Série B no ano passado.
O volante joga improvisado na zaga e cumpriu suspensão na última rodada do Estadual, na vitória por 2 a 0 sobre o Central. Apesar das evidências, o técnico Givanildo Oliveira não revela a escalação para o jogo de hoje.
O confronto entre Paraná e Sport, pela segunda fase da Copa do Brasil, é considerado pelo Tricolor o mais importante até o momento. Os preparativos para a partida que começa às 21h50, na Vila Capanema, no entanto, foram ofuscados pela greve dos jogadores paranistas na segunda-feira, quando não treinaram. Alegavam solidariedade aos funcionários do departamento de futebol, sem os salários de janeiro e fevereiro.
O protesto serviu também para chamar a atenção dos atrasos em pagamentos de premiações e a remuneração de fevereiro dos próprios atletas. Isso deixou em segundo plano a dúvida sobre o que esperar do embate entre a melhor defesa do Paranaense o Tricolor sofreu apenas sete gols contra o melhor ataque do Pernambucano o Leão da Ilha marcou 35 vezes.
Apesar da paralisação (algo ainda raro no futebol), comissão técnica e atletas paranistas garantem que não haverá prejuízo na concentração para a partida desta noite. "Já foi esquecido. Vamos enfrentar um adversário que está há 16 jogos sem perder, que nos trará muitos problemas. Estamos totalmente mobilizados", desconversou o técnico Marcelo Oliveira.
Para tanto, o Paraná pode repetir a escalação do time que venceu o Nacional, por 2 a 0, no domingo, ou trocar o meia Vinícius pelo volante Edimar. "O Sport tem dois atacantes muito rápidos (Ciro e Dairo) e atacam com dois alas. Assim, jogaremos com os laterais fechando para o meio e os volantes saindo pelo lado", explicou Oliveira.
Tal formação foi testada no treino de ontem, com a promessa cumprida dos atletas de retomar os trabalhos um dia após a operação "sem-chuteiras". O que não quer dizer que a pendência financeira foi solucionada. Até o final do treinamento, os funcionários não tinham uma previsão de pagamento embora corressem boatos de que os acertos seriam feitos até o fim da tarde de ontem, com a verba recebida da primeira fase da Copa do Brasil (valor bruto de R$ 90 mil).
"A diretoria entrou em contato com a comissão técnica. O professor falou, meio por cima, que já estão fechando (um acordo). Acredito que vão fazer o melhor para nós. Mas o grupo está fechado, disposto a fazer outras situações (paralisações) se necessário", ameaçou o zagueiro Diego Correia.
Ao vivo
Paraná x Sport, às 21h50, no tempo real da Gazeta do Povo (www.gazetadopovo.com.br/esportes).
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Veja a ficha técnica do jogo Paraná X Sport:
Em Curitiba
Paraná
Juninho; Jefferson, Irineu, Luiz Henrique e Diego Correia; Chicão, João Paulo, Vinícius (Edimar) e Éverton; Márcio Diogo e Marcelo Toscano.
Técnico: Marcelo Oliveira.
SportMagrão; Igor, César e Tobi; Ratinho, Zé Antônio, Daniel Paulista, Eduardo Ramos e Dutra; Ciro e Dairo.
Técnico: Givanildo Oliveira.
Estádio: Vila Capanema. Horário: 21h50. Árbitro: Flávio Rodrigues Guerra (SP). Auxs.: Antônio Luiz Guimarães Lugo (MS) e Ezequiel Barbosa Alves (MS).
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