O Paraná tem dez jogos – Goiás, Flamengo, Palmeiras, Internacional e São Paulo em casa e Atlético, Cruzeiro, Vasco, Santos e São Caetano fora – para garantir pela primeira vez um lugar na Copa Libertadores. Cinco pontos a frente da Raposa, primeira concorrente ao continental, o Tricolor teria (segundo o matemático Tristão Garcia) 70% de chance de se classificar ao torneio internacional. Mesmo assim, o técnico Caio Júnior ainda não vê nada garantido para o time da Vila e assegura que a pressão pela inédita vaga não vai atormentar seu time. Ontem, após assistir DVDs com jogos do Goiás, o próximo rival, o treinador atendeu a reportagem da Gazeta do Povo.No fim do primeiro turno o time não teria suportado a pressão no jogo com o São Paulo quando poderia ser líder se vencesse. Agora, o grupo está preparado para a pressão que tende a aumentar?Não vejo pressão agora e nem vi naquele jogo. O que houve é que depois que perdemos, e foi injusto, nós caímos e aí se criou uma situação até para tentar amenizar e tranqüilizar. O grupo está maduro e a campanha que estamos fazendo é fruto do trabalho de todos. Se estamos lutando pela Libertadores é por mérito de todos aqui dentro. Vamos continuar nessa luta até o final, mas se vamos conseguir não sei.Quantas vitórias faltam para a Libertadores?Não tenho esse número. O que tenho é a certeza de que para chegar à Libertadores temos de estar na frente do Cruzeiro e do Vasco que estão logo atrás. Se ganharmos cinco jogos, eles têm de ganhar sete, se vencermos seis, eles precisam de oito. É como uma Fórmula 1, é difícil e vamos sofrer pressão, mas precisamos saber administrar.Ganhar do Goiás, domingo, e do Flamengo, no dia 22, em casa seria meio caminho andado?Aumentaria a pressão nos adversários de baixo e nos de cima. Poderíamos jogar com mais tranqüilidade nos confrontos diretos com Vasco e Cruzeiro fora. Não vejo muita diferença em ser visitante ou mandante, apesar de a torcida ter nos dado uma força importante.O título do Brasileiro ainda é possível ou falar nisso agora já é demais?Acho praticamente impossível pela diferença que o São Paulo tem em relação a nós. Agora, não vejo nada impossível em relação ao segundo ou terceiro lugar. Seria o ideal porque entraríamos direto na fase de grupos da Libertadores, sem aquela etapa inicial. Você sempre diz que no futebol só podem jogar 11 e os jogadores precisam entender isso. Está sendo difícil administrar reclamações de insatisfeitos?Vou ter que saber conviver com isso cada vez mais se quiser ser treinador de alto nível. Quando eu jogava, graças a Deus sempre mantive um nível muito bom, e convivi com isso entre os colegas. Isso só acontece quando o grupo é forte, se tem só 11 é mais fácil escalar – mas é difícil chegar a algum lugar. Então não adianta esquentar a cabeça, o negócio é administrar dia após dia.O presidente José Carlos de Miranda declarou que gostaria muito de manter o grupo e você para o ano que vem. Isso já passou pela sua cabeça principalmente com uma classificação à Libertadores?Não. Por enquanto estou pensando só no jogo com o Goiás. Tenho contrato com o Paraná até março e quanto a isso não tenho nenhuma preocupação. O que me norteia agora é o jogo com o Goiás que acabei de ver as fitas. Matematicamente ainda não garantimos nada, mas é praticamente impossível sermos rebaixados e temos talvez 80% de chance de assegurar a Sul-Americana. Já a Libertadores, vamos seguir focando jogo a jogo.

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