Morreu sábado, em Curitiba, o mesatenista Luiz Algacir Vergílio da Silva, 36 anos, dono de uma inédita medalha de prata nas duplas em Pequim, em 2008, a única do tênis de mesa em Paraolimpíadas conquistada pelo Brasil e pelos demais países do continente americano.
Algacir estava internado desde julho de 2009 por causa de um câncer que se iniciou no cóccix e se alastrou para o resto do corpo. A doença o afetava há anos, ao ponto de ele ter feito uma cirurgia ainda em 2008, meses antes de ir para os Jogos Paraolímpicos conquistar o maior feito dos 18 anos de carreira.
O atleta curitibano competia na classe 3 (de cinco classes existentes e divididas por grau de limitação física) do tênis de mesa paraolímpico por conta de uma paraplegia (perda dos movimentos da perna) adquirida após cair de uma árvore em Foz do Iguaçu quando tinha 15 anos .
No tênis de mesa, começou em 1992, após convite da colega Maria Luiza Passos. "Ele falava que eu era a madrinha dele. Ele fazia fisioterapia e um dia o convidei para treinar. Comecei a notar o potencial dele ainda em 1992, no Recife, quando ganhou a primeira medalha dele na primeira competição que jogou", contou Maria Luiza.
O atleta participou de quatro jogos paraolímpicos: Atlanta 1996, Sydney 2000, Atenas 2004 e Pequim 2008, conquistando a medalha no último ao lado do também paranaense Welder Knaf. Também conquistou duas medalhas de ouro no Para-Pan do Rio, em 2007, além de ser tetracampeão por equipes da competição. O paranaense foi eleito por duas vezes consecutivas o melhor mesatenista cadeirante das Américas.
O sonho dele era encerrar a carreira com um ouro olímpico e depois se dedicar a ensinar o esporte às crianças. "Ele virou um parâmetro. Gente de todo o país vinha treinar com ele. O amor dele pelo esporte era tanto que ele queria fundar um clube de tênis de mesa paraolímpico. Quem sabe os amigos dele não realizem esse sonho," disse Maria Luiza.
O nadador paraolímpico Fabiano Machado esteve com Luiz Algacir em duas Paraolimpíadas e várias competições. "Todas as conquistas e títulos dele são fruto da determinação e esforço", afirmou.
O corpo do mesatenista foi velado na Associação dos Deficientes Físicos do Paraná, no Alto da XV. O enterro foi às 10 horas de ontem, no Cemitério do Boqueirão.
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