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Torcida paranista, que compareceu em melhor número no Durival Britto, vibra com a chuva de gols do time na primeira vitória tricolor após a parada para a Copa do Mundo | Marcelo Elias/ Gazeta do Povo
Torcida paranista, que compareceu em melhor número no Durival Britto, vibra com a chuva de gols do time na primeira vitória tricolor após a parada para a Copa do Mundo| Foto: Marcelo Elias/ Gazeta do Povo

Ambiente

Estatuto não altera rotina na Vila

Na última terça-feira, dia 27, o presidente Luís Inácio Lula da Silva sancionou a lei que promoveu mudanças no Estatuto do Torcedor. Em vigência desde então, a nova norma passou ao largo do jogo entre Paraná e Náutico, ontem à tarde.

Quem foi à Vila Capanema viu o cenário de sempre. Cambistas agindo livremente próximos da bilheteria, torcida organizada presente no estádio sem que todos os seus integrantes estivessem cadastrados e nada de monitoração por câmeras no estádio, contrariando exigência do Estatuto.

"Eu não acompanhei muito bem, mas creio que essas coisas não vão dar certo. Aliás, já não existia antes a lei? Pois então, nunca vi diferença nenhuma", disse o torcedor tricolor Jonas Damasceno, 34 anos, comerciante.

Em um dos pontos que causaram mais controvérsias, no capítulo IV, foi proibido "entoar cânticos discriminatórios, racistas e xenófobos". Assim sendo, se o Estatuto tivesse sido levado a sério no Durival Britto, o trabalho seria grande.

Após ter marcado um impedimento contra o Tricolor, a auxiliar Katiuscia Mayer Berger Mendonça, capixaba do quadro da Fifa, ouviu por parte da galera, especialmente na "turma do amendoim", todo o tipo de xingamento.

  • O jovem Vinícius, formado nas categorias de base do Paraná, beija a camisa na comemoração de seu primeiro gol como profissional: cruzamento desviou em zagueiro e enganou o goleiro

As duas derrotas (ambas por 3 a 0) e o empate pós-Copa do Mundo, mais a crise financeira vivida pelo clube, deixaram o torcedor tricolor mais do que preocupado. Depois de liderar a primeira parte da competição, estaria o Paraná deixando a briga pelo acesso à Série A? Per­­gunta que, depois dos 4 a 0 aplicados sobre o Náutico, ganhou resposta fácil: não.Com o resultado de ontem, conquistado em tarde ensolarada e com as arquibancadas da Vila bem mais cheias do que de costume, o Tricolor colou no G4. Com 19 pontos, está a apenas um ponto da Por­­tuguesa, quarta colocada. E como enfrenta o líder Coritiba, no próximo sábado, depende apenas de si seguir firme na disputa pelo acesso.

"Era tudo o que a gente queria. Conseguimos não apenas uma vitória, mas convencer a nossa torcida com bom futebol. Acredito que o Paraná está mais vivo do que nunca. Voltamos a pensar em su­­bir para a Primeira Divisão", disse o zagueiro Irineu.

Vitória que foi conquistada com extrema facilidade. Em apenas 33 minutos, o Tricolor já vencia por 3 a 0. O primeiro gol foi marcado por Marcelo Toscano, em um lindo chute de fora da área. Leandro Bocão ampliou de cabeça e Vinícius cruzou para a área e contou com a "ajuda" de Wescley, que desviou a bola e enganou o goleiro.

O segundo tempo foi disputado em ritmo lento e serviu apenas para aumentar a moral do goleiro Juninho com a torcida. Aos 31 minutos, o árbitro marcou pênalti para os donos da casa. O camisa 1, novo batedor oficial da equipe, cobrou e sacramentou a goleada: 4 a 0.

"Fico feliz por mais um gol. Minha mãe veio assistir e isso foi muito legal. Não é a minha vontade (cobrar pênaltis), mas sinto que estou melhor. Aos poucos os meninos vão recuperar a confiança. Mas hoje (ontem) estava propício para eu bater e assim arrisquei na força", comentou o jogador.

Antes de ele assumir a responsabilidade, o Tricolor tinha desperdiçado os cinco pênaltis marcados a seu favor em 2010. Juninho converteu o sexto contra o Guaratin­guetá, Toscano perdeu o sétimo diante do Brasiliense e ontem a bola voltou a estufar a rede.

Além da recuperação em campo, o Paraná deu motivação de sobra para o seu torcedor lotar a Vila Capanema no clássico com o Coxa.

Antes do confronto de on­­tem, a diretoria lançou um pacote de ingressos para duas partidas, a R$ 100 e R$ 150, para ajudar o clube a sair da crise fi­­nan­­ceira. Não deu certo, pois pouco mais de 600 fo­­ram vendidos. Depois do resultado de ontem, a expectativa é outra. Mesmo com os preços majorados para o encontro estadual – o bi­­lhete mais barato sai por R$ 50 – a diretoria espera ver o Durival Britto lotado no dia 7.

"Nossa torcida já compareceu hoje [ontem], e temos certeza que vamos ter a ajuda dela no próximo jogo", disse o volante Diogo.

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