Antes de enfrentar o São Paulo, domingo, só dependendo das suas forças para chegar pela primeira vez à Copa Libertadores, o Paraná terá de encarar um adversário tão complicado quanto o campeão brasileiro: a ansiedade.
A espera pelo fim da semana, que tem tudo para parecer a mais longa do ano, será marcada por muito treino a partir de hoje. Entretanto, uma reunião especial com todo o elenco, as esposas dos jogadores, a comissão técnica e a diretoria ocorre amanhã à tarde.
A intenção é manter o time focado na conquista da vaga, evitar o excesso de euforia depois da vantagem de um ponto conquistada sobre o Vasco (59 a 58) e continuar com o clima agradável que une o grupo na possibilidade de ir ao torneio internacional.
"Depois do treino da manhã vamos para uma chácara. Vamos passar a tarde toda juntos celebrando este momento. A diretoria vai agradecer o empenho de todos. As esposas e outros familiares também irão participar", revela a diretora social Mabel Nunes, que durante todo o campeonato auxiliou as famílias dos jogadores na adaptação a Curitiba.
O encontro também servirá como uma despedida. Afinal, depois do duelo contra o Tricolor do Morumbi, começam as férias, e vários nomes do atual elenco não permanecerão na Vila Capanema.
"Já estou chorando todos os dias porque criei uma identificação muito grande com todos eles. Muitos vão seguir outros rumos e o contato passará a ser apenas telefônico", lamenta Mabel.
E é exatamente a possibilidade de transferências de atletas que mais preocupa a direção no momento mais decisivo da competição. A idéia é não deixar que possíveis transferências atrapalhem a parte psicológica do elenco.
Para isso, o presidente José Carlos de Miranda proibiu, desde a semana passada, que diretores e vice-presidentes falem sobre negociações antes do fim do Brasileiro.
"Vamos continuar sem falar sobre essa história de saída de jogadores. Cada atleta sabe a proposta que tem", diz o dirigente, que descartou a contratação de um psicólogo. "O nosso é o Caio", afirma.
O "psicólogo" Caio Júnior promete para hoje falar sobre a última semana de trabalho do clube em 2006. Ontem à tarde, por telefone, o treinador apenas confirmou que a ansiedade do time terá uma atenção especial.
"Todo mundo fica ansioso pela hora do jogo e vamos tirar muito dessa ansiedade nos treinamentos", comentou.
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