O jogo
Com passe do estreante Wendell Borges para o gol de Arthur, o Paraná venceu depois de ser bombardeado pela ofensividade do time potiguar. Na briga pelo G4, o Tricolor reclamou do gramado, mas soube aproveitar a rapidez do campo escorregadio.
Antes da partida contra o América-RN, o Paraná se vangloriava de conhecer as minúcias de jogar na Vila Capanema. Durante o jogo, porém, o próprio campo, apontado como amigo, quase manchou o bom retrospecto de quatro vitórias, um empate e apenas uma derrota diante do torcedor na Série B do Brasileiro.
Com a chuva, o estado do gramado jogou contra os dois times e foi lembrado de maneira diferente da anterior pelos tricolores. "O campo não está ajudando. No meio tem até poça dágua", reclamou o meia Cambará, no intervalo de jogo.
Na análise do técnico Ricardinho, o gramado pesado não favoreceu o estilo de jogo que já é padrão do time. "Nossos jogadores são leves e o campo pesado dificultou o nosso toque de bola, já característico", explicou o comandante paranista, que definiu o primeiro tempo de jogo como de muita transpiração e pouca finalização. "A saída era a gente se sobressair nos duelos individuais", analisou.
Os protestos não impediram que o Paraná vencesse o Dragão, com um bonito gol de Arthur, no início do segundo tempo. De ânimo renovado, o time já incorpora a máxima de que, na Segundona, até vitória magra vira goleada. Isso porque o resultado, mesmo modesto, recolocou o Paraná na briga para chegar ao G4: com 18 pontos, o time está a dois do América-RN, que abre o topo.
O triunfo no duelo direto, mesmo com as condições adversas do piso, dá otimismo à equipe de Ricardinho, que mal venceu um desafio e já se prepara para o próximo. "A vitória de hoje [ontem] embala a gente na busca pelos três pontos em Santa Catarina", projetou o zagueiro Alex Alves, já de olho no Criciúma, adversário da 12.ª rodada. "Não podemos priorizar o futuro, só pensar no próximo adversário", destacou o técnico.
Jogando dentro de casa, o Paraná recebeu um visitante quase indigesto. Disposto a manter a boa fase, o América-RN se lançou ao ataque e aproveitou o campo rápido para dar trabalho à defesa paranista. A postura ofensiva do Dragão levou o técnico Ricardinho a avançar o time e, à beira do campo encharcado pela chuva, empurrou o Tricolor para o ataque.
Parte da motivação veio de dois estreantes da noite. Na contenção, o volante Wendell Borges, recém-contratado do Paraná, foi o autor do passe preciso que levou Arthur a balançar as redes. Geraldo, também debutante no Tricolor, não sentiu o peso da camisa 10 e buscou o jogo durante os 90 minutos em que esteve em campo. "Ele deu muita opção, mesmo com o gramado que prejudica o estilo dele", avaliou.
Paraná 1x0 América-RN
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